domingo, março 18, 2007

poema de José Gomes Ferreira


XII


(Tanta gente que eu matei assim!)

A sombra enforcou naquele candeeiro
o homem que eu imagino
para ali a dançar o nevoeiro
do seu destino.

Que fácil matar assim!
Nem lhe falta o corvo
num halo
de carícia
- a devorá-lo
dentro de mim...

(Cuidado! Um polícia.
Vou ressuscitá-lo.)

In:POETA MILITANTE, 2 Vol. Lisboa: MORAES EDITORA (1977) - RUAS DESERTAS(79:80)

1 comentário:

Amaral disse...

Um poema de José Gomes Ferreira.
Como não podia deixar de ser, o militante e os anos setenta e o sombrio movimento das formas...