porque não há longe nem distância... estou mais perto do azul e da luz_____________esta mostra-me coisas que não via _________a vida, viagem cheia de apeadeiros caminhos e atalhos___vivo ___________deixo que a consciência se torne UNA.
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INVERNOSaio do trabalho, está inverno lá fora. Enfio o gorro na cabeça e as luvas nas mãos, pronta para enfrentar o frio cortante que se faz sentir. Percorro a infinitude das ruas, desertas e mergulhadas no silêncio da noite. Passo ao longo das arcadas que albergam os vários ministérios, e olho com comiseração para alguns sem-abrigo que ali procuram o seu refúgio...Tão perto do poder, e eles ali, tão pobres, tão despidos, sugados pela aleivosia do mundo...Continuo o meu caminho, abanando a cabeça, procurando esquecer aquela visão de despojamento. Desvio o olhar para os beirais dos telhados e observo os sincelos...Tão belos...Parecem lágrimas deixadas pelos anjos...Sorrio...O misticismo associado a esta época dá-me para estas coisas...Só é pena o Pai Natal, ou o Menino Jesus, não se lembrar dos sem abrigo que ficaram lá atrás...Enfim....Estugo o passo, mal posso esperar para chegar a casa, o meu refúgio, o meu eremitéio...Só penso no meu serão: leitinho quentinho, uma torrada feita em pão caseiro, e depois enrolar-me naquela manta quentinha urdida pela minha mãe...Ah! É mesmo um unguento para a alma...É uma preciosidade nos dias de hoje: o tempo, estes mimos para a alma, ou mesmo uma casa ou até uma mantinha...M.M
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Eremitério
O misticismo das tuas mãosUnguento de infinitudepoder de comiseraçãoE a preciosidade de urdirsilêncio e pãoDeixam a aleivosiaAo cobrir-se de sinceloO eremitérioPaula Raposo
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perfídia
vivera tanto tempo com aquela família que ainda lhe custava acreditar em toda a perfídia e aleivosia que acabara por revelar.sem qualquer réstia de amor, ou até comiseração, no silêncio de afecto não correspondido, para a prejudicar, urdiram uma infinitude de mentiras traições e perfídias roubando-lhe, mais do que os bens que a família lhe deixara, o seu bem mais importante. a preciosidade interior de cada ser. a auto-confiança e a confiança nos outros. armadura, unguento das dores que a vida sempre arrasta. manancial do misticismo do ser. pão do espírito que invisíveis e benéficas mãos sobre nós espalham criando um espaço de equilíbrio e serenidade, eremitério interior que cada um traz consigo e onde vai beber a água da serenidade que, gota a gota se derrama do suave sincelo que em nós transportamos desde o começo dos tempos constituído pela mais pura água da vida.Amla/TMara
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Uma rocha; num prado a Aurora,verdejante planura em cristal.Leves, tilintam cincelosdoces cânticos de NatalContemplo o misticismo das mãosque pelo rosto de tantos espalhama preciosidade da via do pão,sem urdir aleivosianem falsa comiseraçãoNesta rocha onde me sento –eremitério de silêncio – secos,meus olhos jorram unguentopara que a alegria alcancea face de cada criançaque pelo mundo se estendee que o fluxo do cristal brilhe,em infinitude, nas mentes,para que cada dia seja Natal.Amita
CrençaNo eremitério dos cirros flamejantes,onde somos levados à infinitude do tempo,sente-se o silêncio em esplendor.apenas nesse encantose vislumbra o misticismodas chamas azuis do fogo intemporal.mas há esquinas de aleivosia.sem comiseração visívelou qualquer unguento desimpedido.e sentimos, nos braços da vida, o romper de sincelo.no entanto, continua-se a urdir pão!quanta preciosidade há nas mãos que o fazem?VFS
Papel químicoEra um dia gélido ainda que não se formasse sincelo em parte alguma da cidade, como sucedia noutras, mais afeitas a que o orvalho coalhasse nos beirais.Mas quase não sentia as mãos.O que foi que te escrevi nesse dia?Não me recordo…Todas as minhas cartas deviam ser escritas com papel químico, para que quando recebesse as tuas, soubesse porque me escreves a falar de gatos e flores, de regatos, de salpicos de água, de mim e de ti.Sem papel químico… A única certeza que tenho, é sobre o livro que me dizias que um dia escreverias. Os sonhos dos outros acompanham-nos a vida inteira, não é? De tal forma que sem nos apercebermos os vamos tornando nossos.Quando começaram as nossas trocas de cartas sem papel químico?Acho que foi quando te refugiaste no silêncio que chamas de “teu” eremitério. Começaste por me escrever a contar que finalmente encontraras uma serenidade, um misticismo, que nunca sentirias na “nossa” cidade.Era a “tua” cidade, até um dia nos conhecermos e ser a “nossa” cidade. Recordas-te? Conhecemo-nos quando ainda não abdicavas da “tua” cidade. O brilho nos teus olhos surgia assim que se incendiavam os candeeiros da “nossa” cidade.Quando começaste a mudar? A mudar de cidade, de sonhos, de nasceres do sol?Talvez quando a tua família se dispersou. Se transformou em migalhas de pão varridas pelo vento do destino…A minha família foi sempre tão pequena, tão pequena… Pequena demais para se dispersar. E fiquei aqui, naquela que fora um dia a “nossa” cidade.O pensamento consegue urdir uma infinitude de conjecturas. Quais as reais? Nunca saberei.Quando decidiste ir para o “teu” eremitério concluí que tiveras a aleivosia de me abandonar. Soçobrei num oceano de comiseração e unguento algum acalmava a mágoa que abraçava a minha alma até a esmagar.Um dia, um dia perdido no dicionário dos dias, fui até à outra margem do Tejo em busca de algo – sim, algo que se encontra numa dessas cartas sem papel químico – e a noite caiu e fiquei a olhar para esta margem do Tejo. Lisboa cintilava como se a tivessem enfeitado, como se fosse uma preciosidade colocada delicadamente num colar e ostentada numa montra para nos enfeitiçar.Lembro-me de pensar se seria a distância que nos amolecia, nos emocionava. E fiquei ali, a olhar para Lisboa e a escrever-te uma carta sem papel químico.Respondeste que sim – disso lembro-me, pois tenho todas as tuas cartas – que as distâncias enfeitam os lugares, o palco da nossa vida. E foi na tua resposta que encontrei a minha paz. E compreendi que nunca deixaria de ter saudades tuas mas que passaria a aceitar o “teu” eremitério… o lugar onde escreverias o “nosso” livro.Raquel Vasconcelos
Desejo-vos os maiores sucessos neste dia!!!Estarei aqui a torcer por vós!!!Depois quero saber tudo!!!Muita força!!Bjtsssssssss
A singularidade bem à vista.
É bem notória a inspiração de cada autor quando se debruça sobre 12 palavras. Todas diferentes e todas tão belas. Parabéns aos participantes.Por falar em parabéns, quero felicitá-lo pelo lançamento do livro onde se respirava companheirismo e alegria. Sentimos a falta da sua presença, e digo sentimos porque muitos foram os que perguntaram por si, pelo mentor deste evento.Com carinho, um abraço amigo daqui da Invicta
realmente, as participações no jogo são fantásticas.todo o passo é um salto no desconhecido e no imenso das possibilidades.este jogo está cada vez melhor.ObrigadoVicente
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4 comentários:
Desejo-vos os maiores sucessos neste dia!!!
Estarei aqui a torcer por vós!!!
Depois quero saber tudo!!!
Muita força!!
Bjtsssssssss
A singularidade bem à vista.
É bem notória a inspiração de cada autor quando se debruça sobre 12 palavras. Todas diferentes e todas tão belas. Parabéns aos participantes.
Por falar em parabéns, quero felicitá-lo pelo lançamento do livro onde se respirava companheirismo e alegria.
Sentimos a falta da sua presença, e digo sentimos porque muitos foram os que perguntaram por si, pelo mentor deste evento.
Com carinho, um abraço amigo daqui da Invicta
realmente, as participações no jogo são fantásticas.
todo o passo é um salto no desconhecido e no imenso das possibilidades.
este jogo está cada vez melhor.
Obrigado
Vicente
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