terça-feira, janeiro 27, 2009

10º Jogo das 12 Palavras - 3ª parte

Autêntico na sua deriva pela fábula,
na ânsia de querer passar a mensagem
a quem só pensava no salsifre,
o professor parava um instante,
fixava o aluno, e dizia selvagem
como quem solta uma imprecação:
- Seu… escaganifobético!


E logo continuava a lição,
de novo límpido e suave na voz
aquela voz singular de barítono
a renascer de paixão
pelo bem supremo
do conhecimento.
Jawaa


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Supremo algoz.
Autêntico, aquele sangue
debruado na sua gola.
Sussurrava-se uma velha fábula,
sobre um límpido,
casto senhor,
que perdera o querer,
por mor duma paixão,
uma paixão solta.
Hoje, florescia a ausência,
o nada.
Renascer assim um homem?
Nunca!
Singular criatura,
singulares mãos,
singular consciência a dele…
Deriva a vida à sua vista,
nem suspira…
Novo suplício ,
nova morte
embrulhada entre paredes.

(…)

E se houvesse um salsifré,
ainda mais escaganifobético
este poema seria!...
Jaime A.



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Cinema - Estreias da Semana

- Um Amor Autêntico
- Quatro Noites à Deriva
- O Estranho Caso da Palavra Escaganifobética
- A Lenda e a Fábula
- Do Límpido Céu Caiu Uma Estrela
- Maravilhoso Mundo Novo
- Ensaio Sobre a Paixão
- Diário do Meu Querer
- A Valsa do Renascer
- Grande Salsifré
- O Singular Apelo de Adéle M.
- Intriga no Supremo Tribunal
Zé-viajante


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O vazio é o lugar onde todos os pensamentos, todos os medos, todas as dores, toda a angústia, receio e incompreensão desaparecem. É o lugar onde a mente pode por fim serenar, e descansar. É também o lugar onde, por vezes, tudo parece andar à deriva!!!Sinto que estás completamente no vazio, há vários dias. Mas, o tempo não pára.
Como recordo outros tempos em que, sozinha davas alguns passeios junto ao mar, nada te impedia de ir apreciar as gaivotas, o céu azul límpido, os barcos, a areia da praia. Ouvindo os teus CDs.
Em certos momentos da vida algumas pessoas servem-se da meditação ou da oração.
Tu, neste momento, não me parece que faças nem uma coisa nem outra, apenas “esperas”.
A tua “espera” é sofrida, muito dolorosa para ti fisicamente e, para todos nós, que acompanhamos esses longos dias de espera, impotentes, sem nada poder fazer para ajudar. Por isso, não evites o vazio. Se necessitas dele, aprende a amar esse momento. É natural que se tenha medo do vazio, porque não se parece com coisa nenhuma. Mas não tenhas medo. É aí que encontrarás o teu verdadeiro Eu.Porque Deus é supremo e singular, Ele não te abandonará.
Como eu sonho com o dia em que, voltes a ser quem eras. autêntica, dedicada, doce.
Para quando esse teu “renascer”?
É preciso colaborar contigo mesma, com aqueles que estão à tua volta. É preciso querer!!!
Se não quiseres, tudo se torna mais difícil.
É com muita tristeza e amargura, que me cabe a mim dizer estas palavras.Compartilhas-te comigo, muitos momentos de alegrias e intimidades. Comigo dividiste alguns dos teus sonhos e esperanças. Uma nova paixão!!! Contigo dividi a minha realidade. o meu sonho, e os meus afectos mais queridos.
Aquilo que passas neste momento é muito parecido com a fábula do peixinho e do salmão, que curiosamente me veio parar às mãos e fiz a comparação.
Mas, quando esse sofrimento terminar será um salsifré para todos nós.
Ainda há quem se questione, como isto aconteceu, a muitos parece escaganifobético. No entanto, a Esperança continua dentro dos nossos corações.
Tu vais vencer esta batalha. Espero por ti, para mais uns momentos agradáveis na tua companhia. Força. Coragem.
Ester Maria

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Brincando com coisas sérias............
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Como navio á deriva
Mar de crise e recessão
Supremo País o nosso
Pelo qual tenho paixão
Não é fábula, não é história
Mentira também não é
Dizem que querer é poder
Vamos tentar renascer
Neste grande salsifré
Texto autêntico
Qual prosa ?Qual Poético?
Peço perdão , pois será
O mais escaganifobético
Opinião singular
Límpido raciocínio insano
Infelizmente meu Povo
Continuamos na mesma
De novo só mesmo o ano.
Ell/bicho-de-conta
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Respondeu em tom de falsete por cima daquele salsifré:
-Vou já.
Prolongou-se o á em ressonâncias sobre as cabeças que dançavam na sala, mas ela sabia que não iria ao chamamento. Sabia que não estaria na ceia a tasquinhar com eles um escaganifobético peru recheado com castanhas e o empadão de cereais. Não ficaria para ver as travessas passando entre os pés, as pernas, os cus zanzando ao sabor de uma qualquer música que electrizava o ar mais do que a trovoada que pendia de um céu roxo que ela olha em êxtase mal sai para a varanda.
Respira fundo.
Os vidros embaciados, na porta que fecha atrás de si, dão um tom de magia ao interior e tornam-no um lugar muito longe. O som da sala a quebrar-se num silêncio que voga na varanda e se estende para além do jardim, para além da estrada de terra batida, para um além que ela deseja: o querer supemo de Maria Elisa na noite dos seus anos, derramado no silêncio e no escuro, muito escuro, para além do jardim, para além do empapado vermelho que será a estrada dentro em pouco.
Vivalma. O Silvestre latiu, mas ela respirou e isso bastou para o calar; isso ou o perfume que pusera depois do banho, o certo é que o cão se enroscou e redormiu.
Límpido, o novo dia despontaria do lado onde se erguia o mamoeiro, como era o costume renascer: a madrugada envolta numa mágica neblina, excepto se, como agora, o céu ficava numa deriva entre um negro de sem lua e o roxo das descargas nas nuvens. Excepto se o ribombar atordoava e uma intensa luz rosada deixava avistar, por segundos, o tom singular que era o da terra vermelha: a fita de estrada que descia, estreita, ladeada de capim alto e palmeiras, esguias como girafas que se fizessem gente guardando os passantes numa fábula.
Lá dentro, a música calou-se. Apercebeu-se disso por uma intensidade maior que tomou o silêncio. E a voz voltou a chamar o seu nome.
Não respondeu.
Como se fora momento de paixão, os primeiros bagos fustigaram-lhe o rosto e os braços nus, e foram engrossando, e atravessaram a seda do vestido, e molharam-lhe as calcinhas de algodão.
O céu abria fendas: rasgões vermelhos como sexo exposto em espera do amante.
Maria Elisa pedalava a velha bicicleta sem mudanças e sem selim ergonómico.
Um autêntico festival da natureza.

No dia dos seus anos, dançava-se e servia-se a ceia.

Na casa de adobe, Jeremias não era um convidado. Não dançaria enlaçando-lhe a seda do vestido. Havia de secar-lhe, em breve, a chuva que ela trazia a ensopar-lhe o corpo. Havia de o empapar de espermas e salivas e suores. Jeremias havia de ofertar-lhe.

- Maria Elisaaaaaaaaaa
Ela já não ouviu que a chamavam para apagar as velas sobre o bolo.
Mcorreia
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MOMENTO…

Neste lugar belo e realmente autêntico
Perante esta minha onda de paixão
Meu coração sente-se como que à deriva
Esperando que volte novamente a renascer
Também a considerar e voltar a querer
Que este amor agora fugidio volte de novo
Poderá ser de maneira escaganifobética
E até pode parecer um grande salsifré
Nossa história será como uma fábula
Em que o céu azul celeste estará límpido
Quando olho as estrelas vejo tudo singular
Mas eu queria que tudo fosse supremo
Belisa
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Ali...


Ali tinhamos passado horas de uma singular paixão que nos fazia querer sempre mais. Aqueles momentos que passavamos juntos transformavam-se ali num novo renascer para nós com um autêntico sentimento de partilha. Era ali que dançavamos um supremo salsifré, como que se os nossos corpos dançassem ao sabor de uma música qualquer, com um ritmo músical que apenas nós podiamos ouvir. E foi assim, ali, durante todo aquele tempo.

Mas um dia vieste com uma conversa escaganifobética, tentando explicar o que ainda não consigo comprender, e partiste. Hoje acordei ali novamente naquela cama vazia. A sensação de estar à deriva naqueles lençois em que antes eram o nosso refugio, não se tinha alterado muito, era uma sensação que permanecia em mim.

Olho, dali, para a janela que vai iluminando aquele espaço que ainda me parece escuro. Respiro fundo e tento ganhar as forças que não tenho. O despertador toca atrasado. Está um dia límpido lá fora que chama por mim... É hora de seguir com aquela fábula em que se tornou a minha vida.
Cátia Azenha

8 comentários:

Paula Raposo disse...

Jaime A., Jorge Castro e Ester parece-me que entram pela 1ª vez no jogo. Sempre interessantes os textos...beijos.

tulipa disse...

Confirmo a minha entrada pela 1ª vez nos textos, embora esse desejo exista desde finais de Novembro.

Finalmente ACONTECEU e adorei a experiência.

Venham mais!!!

Ester

Fá menor disse...

Parabéns a todos por estes textos, com algumas palavritas "escaganifobéticas", lol...
Li muito poucos, mas quero dar as boas vindas aos novos, especialmente a estas duas meninas lindas destes dois últimos textos.

Beijos a todos
e
Parabéns amigo Eremita!

Bichodeconta disse...

Estou feliz pelos que se juntaram a nós nesta aventura.. Parabéns a todos, É bom, muito bom poder estar aqui com todos.. Um abraço, boa semana, Ell, o bichodeconta, sempre disfarçado de Maria Tonta

Cátia disse...

Obrigada pelo carinho com que fui recebida. Foi um prazer conduzido por um momento de inspiração repentino.

Obrigada.
Beijinhos


ps- Obrigada minha querida FA ;)

Maria Clarinda disse...

Adorei ler todos estes textos e poemas....parabéns a todos.
Jinhos

Aníbal Duarte Raposo disse...

Caro Eremita,
Esta é a minha segunda participação. Espero que nas futuras possa ter sempre o entusiasmo que dediquei à primeira.
Abraço

tulipa disse...

Sabe bem sentir-me acarinhada por todos vós; esta experiência é saudável, não há concorrência, estamos todos juntos para o mesmo fim: brincar com as palavras.

E, que bom que é!!!

Aproveito para vos dizer:

Anuncio e faço o convite para a minha exposição no blog:
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/

Lógico que entendo não ser possível todas as pessoas a quem participo, estarem presentes, no entanto gostaria que vissem o convite, pois escolhi a melhor foto da exposição para o fazer.

Boa semana a todos.
Obrigado Eremita, pela oportunidade que me deste de participar.