
terça-feira, dezembro 04, 2007
apetecem-me as flores

quarta-feira, novembro 07, 2007
amigas e amigos
quarta-feira, outubro 24, 2007
A generosidade surge e flui

Este amigo, em seus blogues de grande qualidade e pureza. no amor à sua região e gentes, divulga também (e faz, que já li) poesia e largamente a cultura nacional com

- Amaral Nascimento
- Ana Eugénio
- Cármen Villanova
- Cláudia
- Eduardo
- elsa sekeira
- José Gomes
- Manoel Carlos
- Orca
- Sophiamar
quarta-feira, outubro 10, 2007
variações

Entretanto voltei há já largos dias, mas na vida surgem coisas inesperadas e assim a ausência continuou e vai continuar, mas não sem hoje vir aqui e passear um pouco por este belo mundo criado na virtualidade onde o real da solidariedade humana se mostra em esplendor.
Sei que existe uma outra face, como em tudo onde a humanidade se apresenta.
Felizmente essa outra, negra, tem andado de mim arredia e espero que continue.
Os dias que pela serra andei foram deliciosos, no tocante à natureza e a alguns humanos e novos conhecimentos.
O mais interessante foi a "nhora Nininha", como é tratada e advém-lhe tal diminutivio da peculiar forma de construir as frases.
Diz ela que assim é desde que se lembra.
Conta hoje oitenta e cinco rijos e lúcidos anos.
Os filhos, seis rapazes, emigraram, vivem muito bem nos países de acolhimento onde ela já foi várias vezes e gostaria eu de saber reproduzir as imagens com que nos transmite as emoções que esses estranhos países e gentes de diferentes e estranhos usos e hábitos lhe provocam, mas confesso minha impotência para tal. Minha incompetência, afinal.
Voltemos ao nome: "nhora Nininha" fala sempre, mas atenção que quando digo sempre é mesmo sempre, usando diminutivos.
Por exemplo, ao falar das galinhas dizia-me: "Veja o senhorinho que as minhas galinhinhas andam por aí, soltinhas.
Comem ervinhas, bichinhos que por aí é o que mais há, mas do que elas gostam mesmo é de comer minhoquinhas.
Havia o senhorinho de as ver...
As pobrezinhas ficam louquinhas e brigam umas com as outras, coitadinhas, tentando roubar à galinhinha que apanhou a minhoquinha a pobre bichinha.
Olhe, até faz dó, pois se não bastasse a bichinha ser comida, antes fica toda partidinha com a briga das minhas galinhinhas"
Não pensem que brinco ou deliro, nem que ela assim fala por debilidade ou esclerose.
Não sabe explicar o porquê.
Lembra-se que sempre assim falou e o geito ficou-lhe de tal forma que nunca falou doutra forma.
Nina lhe chamavam os pais.
- "Por eu sempre falar assim o povinho baptizou-me de Nininha.
E pegou. Por mi tá bem. Sempre esteve.
Não é falta de respeitinho. Até é um miminho, um carinhinho, não acha o senhorinho?"
E ri-se. Alegre. Com uma pureza que já raro se encontra.
E dos "filhinhos", dos "netinhos" e das "norinhas" me fala, com carinho e elogios e m que se desfaz também com lágrimas, se fosse ela diria umas lagriminhas, quando fala dos seus ricos "netinhos" e também dos "sobrinhinhos que são como filhinhos", pois tanto ela lhes quer quanto eles a ela e nela sempre buscam conselho e orientação.
Lido desta forma parece que é louca ou esclerosada.
Longe, mas muito longe de tal.
Modo de falar que o isolamento alimentou e forma carinhosa em que sempre se expressou.
Sábia é esta mulher que ali vive só, contra a vontade dos filhos que a querem com eles, no conforto e segurança de suas casa e amor.
Falámos muito.
Acabei por ficar três dias na zona e passei a maior parte desse tempo com ela.
Vim de lá mais rico e humanamente mais "humano" e com maior capacidade de compreensão e respeito.
Como se ela me houvesse retirado uma venda que desconhecia velar-me os sentidos do corpo e da alma.
Lá voltarei sempre a enriquecer-me, pois fiquei convicto que apesar da idade, do isolamento, da distância que a separa dos filhos e restantes entes amados que por norma vê duas vezes por ano, não se sente só, nem solitária, embora diga que estaria melhor se tivesse:"o meu Albertinho" comigo. Foi sempre um bom maridinho e bom companheirinho.
Um mourinho no trabalhinho que só visto". E suspira.
Um som suave que lhe sai fundo do pequeno peito pois é franzina.
quinta-feira, outubro 04, 2007
explicação e pedido de desculpas
Às e aos pacientes caminheiros que por cá passam e que continuam a deixar pégadas em suas casas, que gosto de visitar, quero deixar uma palavra explicativa pela ausência, quase desaparecimento.
O meu computador principal, digamos assim, avariou. Estou a usar um muito velhinho, comprado há anos no eBay, com o destino quase único de escrever texto e que não se dá muito bem com a internet pois as suas definições são "débeis" para tal.
Por outro lado tenho andado a aproveitar este início de Outono para vaguear pela Serra , gozando esta fase do início do Outono e ficando fora, qual jovem, perambulando.
Só que os meus ossos começam a ressentir-se e já sei que não tarda terei que pernoitar sempre na quentura da casa e da cama em vez do saco-cama.
Vim ontem para enviar a minha colaboração à M., no Palavra Puxa Palavra e amanhã, se não amanhecer a chover a cântaros, pego no bordão de caminheiro, na mochila já aprontada e faço-me aos caminhos que se deixarem desvendar e descobrir por meus olhos e pés.
Ainda há um terceiro factor que me faz andar arredio.
Como se não bastassem as dificuldades do computador, a internet - móvel, que outra não há, ainda nesta zona - tem fraco sinal e por vezes passo 3, ou 4 horas par conseguir colocar um pequeno post, pois no meio desliga-se e faz isto inúmeras vezes.
Por vezes perco o que já havia feito.
Com o regresso fixo à casa tentarei obter melhores condições e, de qualquer das formas como não terei muitos trabalhos no exterior visitar-vos-ei a todos, na esperança que não tenham levado a mal esta prolongada ausência.
Fica a explicação.
Verdadeira e real.
Levo comigo a saudade dos textos que não tenho lido e das visitas não feitas aos vossos sítios onde me delicio a ler-vos.
terça-feira, setembro 25, 2007
curiosidades. Em minha opinião...

Deixo-vos um extracto das "Conversas sem nome", por Octávio Cunha, intitulada, "Responsabilidade Médica".
Claro que este episódio se inseria numa reflexão sobre os serviços médicos e respectiva ética, sobre a dignidade humana. Na vida e na morte.
O autor não emitia opinião. Reflectia connosco sobre a matéria sem que a palavra "eutanásia" fosse referida. Era no estrito plano da ética e dos cuidados de saúde do médico para com o doente, limites, que ele reflectia.
- Na Etiópia ainda se guiam pelo calendário romano/Juliano. Por tal só agora entraram no 3º milénio. Destaco parte das "COMEMORAÇÕES" dessa entrada:

.Matar, com estrictinina, os cães vadios.
Note-se que a morte por estricnina é extremamente violenta e dolorosa com convulsões e paragem dos músculos respiratórios.
Não quero dizer que a morte dos animais utilizando algo mais suave fosse legítima, mas a violência dupla - morte e a forma como esta é levada a cabo torna o acto ainda mais repugnante e odioso.
Talvez a necessidade de eliminar animais se prenda com razões de saúde pública, não sei, mas o método....
Ora se aos pedintes é interditado o seu ofício, com a fome talvez apanhem os alimentos destinados aos cães....
É o que se pode chamar de....limpeza-muito-suja
Civilização? O que será?
quinta-feira, setembro 20, 2007
VIDA


*
*
PRSSANHA, Camilo (1995). CLEPSYDRA. Lisboa: Relógio D'Água: 105
quinta-feira, setembro 13, 2007
Vá lá uma pessoa entender-se

E tenho a veleidade de pensar que me conheço razoavelmente.
Passo a contar:
Os “DIAS DE…”, criados para homenagear, mães, pais, namorados, etc, já são tantos que em cada dia do ano já têm que se encaixar vários.
Na família nunca os valorizamos e sempre considerámos que eram dias “comerciais”, artificialmente criados para estímulos ao consumo.
Os dias, todos eles, são dias de tudo isso, para tudo isso.
Para amar e demonstrar com gestos de ternura e pequenos nadas simbólicos a importância dessas pessoas em nossas vidas, como nos fazem felizes e nos tornamos melhores com elas e por elas, como somos gratos por existirem em nossas vidas…
E esta posição não correspondia, não corresponde a nenhum snobismo da nossa parte, família, mas a uma forma de estar na vida.

Os filhos cresceram, felizmente, e felizmente também, seres autónomos, com projectos e vontade própria. Por isso seguiram seus rumos.
E nós, M. M. e eu, felizes por os ver traçar seus caminhos, bater com a cabeça e dar alguns trambolhões, mas levantarem-se e seguirem em frente, com confiança e segurança.
Ora estando eles fora de Portugal, na época do já longínquo dia do Pai, uns amigos do Porto insistiram que passasse uns dias com eles.
Amigos sendo e daqueles a quem a palavra se adequa na reciprocidade e totalidade.
Chegado o dia iam eles sair, almoçar fora e fazer algum programa com os filhos.
Convidaram-me para ir com eles pois somos uma extensão de “família pelo coração” e eu e a M.M. padrinhos dos dois e de casamento de um.
Achei que era melhor deixá-los sós, pois pelas exigências e ritmo da vida a proximidade não é tanta quanto todos gostariam. A Maria José vive em Lisboa com a família e o Manuel e respectiva família, em Braga.
Escusei-me com uma mentirinha afirmando ter, previamente aceitado, um convite de outros queridos amigos para um passeio a Guimarães.
A verdade é que passei o dia sozinho, deambulando pela cidade do Porto, visitando algumas exposições, indo a Serralves e ao Museu de Arte Moderna e terminando com uma boa caminhada pela marginal do Porto.
Ora para onde quer que me virasse só via filhos e progenitores.
E tal provocou-me um aperto no coração, uma dor que nunca pensara possível.
Nostalgia dolorosa.
E tal emoção deixou-me surpreso.
Ontem ao anoitecer, quando andava a jardinar - vocês nem imaginam como as ervas daninhas aparecem e crescem rápido por aqui – é realmente uma terra criativa, veio-me aquele dia, nomeadamente as emoções e sensações que me tomaram, à cabeça.
A palavra “irracionalidade” pontuava sempre, mas todos sabemos que emoções nada têm a ver com racionalidade.
Sendo já passado foi mais fácil analisar, dissecar, mas não cheguei a perceber bem a totalidade dos sentimentos e concluí que me conheço pior do que pensava.
Já é uma boa conclusão.
Conheci, de mim, inesperados aspectos.
sexta-feira, setembro 07, 2007
Um fim de dia no Porto

Mansa e dourada pinga sobre nós o ouro que o sol deixou nas folhas das árvores.
Estou aqui, na esplanada do Piolho a ouvir o concerto das gaivotas bem no centro da cidade.
Ouço o coro, de onde ressalta de vez em quando, um altaneiro e orgulhoso solo.
Estão pousadas.
Lá no alto parecem vigias. Quietas.
Só a voz se ouve.
Enquanto isso, bandos de pombas evoluem bailados.
Talvez bailem segundo o concerto das gaivotas.
Urge olhar melhor. Juntar o som com a coreografia.
Por um instante desligo-me das aves que se recortam tão nítidas na sua ofuscante brancura, contra um céu azul no qual os bicos amarelo-alaranjados ganham inesperada dimensão, e foco-me na árvore á minha frente.
Fico como que hipnotizado.
O aparente caos de crescimento dos ramos e das folhas, uma folhagem densa, fascina.
É tudo tão perfeito, tão exactamente perfeito que os olhos não despegam.
Desde o equilíbrio dos ramos, às cores das folhas e do céu, ao suave oscilar com a brisa, à súbita paragem total de movimento quando a brisa amortece e morre naquele abraço.
O olhar sai de mim e viaja pelas copas das árvores até lá ao fundo.

segunda-feira, setembro 03, 2007
Amuleto da sorte
As superstições têm feito parte da vida do homem desde que este existe.
Assim o indicam os estudos feitos a partir da arqueologia, antropologia e outras ciências que são capazes de descodificar a história e a evolução do homem a partir de dados não escritos.
Mais fácil se tornou esta descoberta e compreensão quando a humanidade entrou na fase da escrita, pictográfica e todas as outras.
Pode-se afirmar que a superstição acompanha o homem no seu percurso evolutivo, em todas as culturas e até civilizaões.
Superstições e amuletos,!
Duas faces do mesmo domínio que radica na certeza que o homem tem da sua fragilidade perante a VIDA, a NATUREZA e suas forças.
Desde crianças, creio, que todos corremos pelos campos em busca de “Trevos-de-quatro-folhas”.

Dos de quatro nunca encontrei nenhum nos campos. Encontrei-o sim, envasado, em casa de amigos.
Coisa que me surpreendeu pois pensava que não existiam e daí a simbologia de amuleto de boa sorte atribuída quando, por acaso nascia algum com as quatro folhas.
Engano. Na altura vi na enciclopédia e descobri que existe.
É uma espécie catalogada e cujo nome latino é “marsilea” (tive que ir de novo ver o nome).
Não perdeu por tal existência o encantamento e pelos campos continuo a espreitar a sorte de encontrar um trevo-de-quatro-folhas.
Afinal procurei nos locais errados.
Vim encontrar o meu desejado trevo-de-quatro-folhas, aqui- Na net.

Alma generosa, a Lusófona, ofertou-me um.
Hoje fiquei muito mais rico.
Pela generosidade e pela magia do trevo protector tão ansiado ao longo da vida.
Lusófona, já te disse o meu“obrigado”.
Sei que é pouco, mas não sei dizer melhor.
Para que a sorte se propague entrego um trevo-de-quatro-folhas a:
- A Papoila
- Branco e Preto II
- BETTIPS
- Cabana de Palavras
- Casa de Paragens
- Jograis e Trovadores
- Laramablog
- Lumife
- Luzes da Cidade
- Mel no Frasco
- Palavra Puxa Palavra
- Pestana da Madeira
- Sophiamar
Queria distribuir por mais, pois se aqui os linkei é porque gosto de os visitar, ver e ler, mas optei por seleccionar TREZE.
Entre a sorte e o azar das superstições eis um número de que gosto e achei oportuno para esta passagem de um "amuleto"
Agora vocês farão como entenderem.
Redistribuem-no ou não, conforme melhor vos parecer.
Ah, esquecia. Agora também há "estes trevos-de-quatro-folhas":
sexta-feira, agosto 31, 2007
pensando com os ventos do entardecer
Debaixo deste carvalho passo muito do meu tempo de leituras.
Na rede, esticada entre árvores, protegidas por "lâminas” de pneu, para as cordas as não ferirem. Por razão da orientação solar é debaixo desta que minha cabeça fica pois dá uma sombra excelente.
Muitas vezes esqueço-me do livro e fico a olhá-la
Só encontrei uma explicação plausível: demasiado centrado em mim e nas exigências do trabalho.
Como se o trabalho e eu, fôssemos uma e a mesma coisa.
E deste pensamento um outro, inquietante se colou a mim e me tem atormentado porque lhe não encontro a resposta. E a resposta, neste caso, é só uma!
Só uma É a resposta certa.
Será que da mesma forma que esqueci a pequena ave que em sobressalto se aninhou em minhas mãos, como no ninho, sua morada, alimento e protecção, fazendo-me sentir parte integrante da vida e da criação, numa harmonia que lhe transmitiu que de mim nada tinha a recear, será, pergunto-o a mim mesmo e espero encontrar A resposta, que da mesma forma em que o auto-centramento me fez esquecer aquele momento de magia descurei a atenção e o carinho para com a M.M. e ela, sempre tão generosa o recobriu para que disso me não desse conta e continuasse minha caminhada em direcção a objectivos profissionais, reconhecimento, promoções, mais responsabilidades – consequentemente distanciamento do real, vejo-o agora?
Não são remorsos o que sinto caso tal tenha acontecido pois sei que ambos éramos, fomos, felizes.
Interrogo-me sim, qual a percentagem ou se quiserem a “taxa de esforço” de cada um de nós no percurso conjunto, para não voltar a cometer erros semelhantes e em todos os momentos e ocasiões saber dizer: basta!
Pela vida em si, pelos que amo e também por mim.
Não sou um “trabalhador”, não sou um “activo”…estas categorias são falsas.
O que acabei de escrever não é descoberta recente.
É consciência sempre presente.
Mas a questão está exactamente no “sempre”(?)
A pressão social é muito forte sobre o indivíduo e nós boiamos nela desde o nascimento, como num caldo. Fazemos parte dela.
Diluímo-nos como o sal ou o açúcar na água. Passamos a ser também pressão.
E é a isto que devemos obstar. Não perder a identidade, não deixar que se dilua quando a julgamos cada vez mais forte, mas nada mais é do que uma ilusão criada pela aceitação e reforço social em que nos tornamos mais e mais homogéneos, uniformes.
Fato, camisa, gravata, pasta, portáteis (telefone e computador) agendas cheias, almoços e jantares de trabalho, para não falar dos “brunchs”!
Digamos que estou numa licença sabática. Um destes dias voltarei à denominada “vida activa” – como se a que aqui levo, a tratar da casa, de mim, dos meus companheiros de quatro patas, fosse inactividade, nulidade, coisa nenhuma.
O meu cão (Batalha) pastor Serra da Estrela, dá-me um toque com a pata exigindo atenção.
Olho-o.
Fita-me atento com aqueles enormes e lúcidos olhos que me intrigam e dá um latido que só posso definir como muito assertivo, quase conclusivo de algo e cala-se inclinando ligeiramente a cabeça como que a confirmar se entendi.
Um destes dias talvez lhe responda.
Não hoje.
Não, ainda hoje!
terça-feira, agosto 28, 2007
Por ora, quedo-me neste meu novo lar
Mas aqui e agora, neste momento, ao dizer: “lar”, falo desta casa que habito, do espaço envolvente, jardim-quintal, tudo misturado como convém, pois assim é a natureza, não uma coisa super-ordenada, onde plantei – desenvasando – as plantas favoritas da Maria Manuel e vou acrescentando plantas rasteiras e arbustos autóctones que sempre trago de minhas caminhadas.
O espaço ainda é amplo, assim o quis, não gosto de limites, não tem muros nem delimitações.
Para além da casa de origem mandei construir, e colaborei na construção, um anexo que se pode considerar uma casa para hóspedes, família e outros.
Estou agora a estudar com camponeses da zona – esta é uma das maravilhas – encontrarmo-nos por aí, eles trabalhando, eu deambulando, e ficarmos à conversa como velhos conhecidos e amigos – estou pois a estudar com a ajuda deles, quais as árvores de fruto que melhor se adequarão quer ao clima quer ao tipo de solo, para no Outono as plantar.
Como a água me não falta irei aprender com eles a cultivar alimentos; batatas, legumes vários e farei uma pequena horta.


E peguei nos livros da M.M e comecei a ler.
Ela sempre foi muito dada àquilo que costumamos designar por esoterismo – creio que o adequado será falar no plural dadas as várias correntes, ainda que afinal o fio condutor e o término sejam os mesmos.

Quase como se os livros e este espaço me esperassem.
Creio que me desintoxiquei e a alma está mais aberta.
Assim como a mente.
Até comecei a fazer Yoga seguindo, com muito cuidado, um desses livros.
sábado, agosto 25, 2007
caminheiro no mundo

Mochila às costas com tudo o que achei fundamental e, surpreso, descubro como afinal tão pouco nos é necessário.
Caminheiro como nos idos da juventude.
Desta vez nem tenda levei.
Um bom saco cama, daqueles k nos cobrem e nos fazem parecer crisálida em casulo, foi mais do que suficiente.
À noite, a minha distracção a prazer era o de ficar a olhar a abóbada celeste, pontilhada de miríades de estrelas e outros mundos.
Reaprendo a perdida ligação ao mundo real e vivo.
Sinto-o crescer em mim, ou seja a RE-ligar-me a ele e dá-me paz.

As que tirei não ficaram bem....
segunda-feira, agosto 20, 2007
Voltou

Nos últimos oito dias tive a presença/companhia de meus dois filhos e filha, seus cônjuges e filhos, meus netos.
No total onze pessoas. Onze seres maravilhosos que amo.
Receava este reencontro.
Receava muito, mas nunca o disse.
Nem alimentei muito tal pensamento em mim, apesar de, volta e meia, ele se colar, como carraça. Principalmente – não deixei que de mim se alimentasse.
Foi a primeira reunião de família depois da morte de Maria Manuel.
Temia o sobressalto, a dor a abrir-se de novo em chaga intensa pelas lembranças partilhadas, mas, principalmente pelo tanto dela que há nos filhos.
Semelhanças físicas e não só.
O jeito de se moverem, de olhar, pequenos tiques tão dela e que os filhos, os três, perpetuam, de uma forma ou outra.
A forma de fazerem determinada tarefa…
Estando distraído as imagens sobrepõem-se, a dela e a de um dos filhos ou da filha.
A cor e forma dos olhos…os três têm (como se costuma dizer) os olhos da mãe.
Forma, cor e um cintilar profundo entre o riso e a ironia que nos lembra que a vida não é para ser excessivamente levada a sério.
Mas não. Foi um tempo de riqueza e partilha em que a dor não reinou.
Creio que todos, sem excepção sentimos o seu perfume, o seu toque suave. Uns disseram-no, outros, mais senhores do seu papel de cientistas, “não embarcaram (palavras deles) nessas partidas que a memória nos prega…”
Foi um tempo de serenidade e alegria.
Nenhuma dor nos ensombrou.
A presença, memória, lembrança, sempre presente mas com alegria por uma dádiva que foi para todos o havermos tido aquela fantástica mulher em nossas vidas.
E por isso estou grato.
Hoje à noite já dormirão em suas casa. Dois casais no Canadá e um nos E.U.
Foram descansados porque viram e sentiram como estou bem.
Eu saí reforçado e mais feliz.
Entretanto se me permitem sugiro a leitura do seguinte livro: Bom Trabalho, de Ken Blanchard, Editora Pergaminho.
Comprei-o quando fui comprar umas lembranças para a família.
Aprendi muito com ele e sei que continuarei a aprender com este pequeno livro de 119 pgs.
Boa semana
quarta-feira, agosto 15, 2007
Hoje, 15 de Agosto de 2007-08-15

É bom lembrarmos que passa uma festividade pagã, ligada à terra e aos seus produtos – colheitas – que a igreja católica recobriu com o vasto manto com que cobre a Virgem.
O excesso de zelo da igreja católica em retirar do calendário tudo o que fugisse aos seus parâmetros e em que sentisse um ligeiro perfume pagão, fez com que se perdessem velhos e bons costumes, como este, de gratidão por tudo o que a terra dá.
Afinal agradecermos o que a terra nos dá, não é mostrar gratidão a Deus?
E não é Deus um só e a UNIDADE?
Não é a terra e tudo o que dela nasce e a ela retorna, obra sua?
O nome do mês - Agosto, deriva do nome do imperador Augustus, que assim nomeou este mês por ser considerado tão importante e nele congregarem, os homens, a gratidão aos frutos da terra que lhe permitem existir, alimentar-se e viver.
Ao recobrir estas festividades a igreja afastou o homem da natureza, sendo que para mim a única Igreja/espaço é o mundo. As serranias, os rios, as florestas, os bosques, os prados, as searas, todas as culturas que dela brotam por labor humanos e fecundidade do planeta vivo.
Este recobrir outras festividades de forma redutora nada mais representa do que a lógica de poder, sendo que a lógica de poder tem a ver com o poder terreno.
A espiritual ou a terrena e material?
segunda-feira, agosto 13, 2007
Lembrando Miguel Torga no centenário do seu nascimento

quarta-feira, agosto 08, 2007
uma experiência que agora vivo dia-a-dia

Creio que não tarda poderei dizer que conheço o Gerês melhor do que a palma da minha mão.
Tenho-o palmilhado dia após dia. Semanas houve em que nem voltei a casa.
Saía já apetrechado para ficar fora uns dias e assim fiz. Embrenhei-me neste mundo de beleza e magia. Deixei-me contaminar por ele.
Deixei o seu silêncio encher-me e esvaziar-me, então, depois encontrei mais paz em mim do que me lembro de alguma vez ter sentido.
Agora, sempre que penso na minha querida Maria Manuel, não sinto dor.
Sinto-a tão presente em tudo o que está vivo e vibra, mesmo no que os meus limitados olhos e restantes sentidos humanos não conseguem ver ou apreender, muito menos compreender.
Há quem vá para um retiro, para Kathmandu…
Sei lá, para lugares distantes.
Para quê? Basta que nos deixemos ir, envolver pela força da natureza, ligarmo-nos a ela de novo, desprendendo-nos das coisas com que enchemos o nosso dia-a-dia nas cidades actuais e com que atafulhamos as casas, as almas….
Desprendermo-nos das coisas e de nós mesmos, do nosso ego tão competitivo na sociedade que construímos e que é uma sociedade doente e que nos provoca doenças.

Não vale a pena ir para lugar algum.
Nem perto nem longe porque qualquer “viagem” que valha mesmo a pena, que nos faça entrever o real que ocultamos com camadas e camadas de véus de medos, de rejeições…, é uma viagem interior.
Tão simples quanto isto.
Claro que o estarmos num local onde a natureza ainda vive, onde podemos sentir fluir a energia vital que liga os vários planos, e deixarmos, de coração aberto, que entre em nós, nos habite, facilita a viagem e, mais do que isso, a tomada de uma nova consciência que poderá vir a ser vital para a sobrevivência da humanidade.
Hoje já não lembro Maria Manuel com dor, mas com gratidão e alegria por tudo o que juntos vivemos e partilhámos e nunca mais voltei a sentir no peito a dor da sua ausência.
Nem sei mais o que se designa por solidão apesar de passar semanas sem ver ou sequer falar com outro ser humano.
Gostaria de vos saber explicar mas não sei. Podem pensar que o estar isolado me enlouqueceu ou que deliro.
Eu sei que não e o que possam pensar não me afecta.
Por outro lado afecta-me o não saber transmitir-vos a minha experiência, pois sei o que ela fez por mim, como sou um ser humano em aprendizagem.
Tranquilo agora, sem receios nem dores, capaz de olhar o mundo e a vida de uma forma que nunca pensara possível apesar de ter uma vaga memória de algo semelhante quando criança, mas sei que as crianças de hoje, com os perigos que espreitam por todo o lado estão tão confinadas a espaços fechados e sempre sob vigilância de adultos que lhes não permite este tipo de interacção.
Quase não têm contacto com a natureza, em si e, quando a têm é no âmbito de tutela de adultos e actividades organizadas.
O espaço para a descoberta e a imaginação, não orientada, está prejudicado.
Não critico os pais. Protegem os filhos de uma sociedade doente, Estão certos. Temos é que entender isto e lutar para reconstruir um outro ser humano, capaz de criar uma sociedade à sua medida.
Humana como parte do todo planetário e cósmico.
P.S - sabia que há muito aqui não vinha, mas só agoa tive a visão temporal do afastamento.
Aos que por aqui passaram entretanto, as minhas desculpas.
terça-feira, abril 24, 2007
Comemorando o 25 de ABRIL de 1974

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
José Afonso
sexta-feira, abril 20, 2007
caminhando

E depois sorrio e falo.
Falo para mim, para ela, para o vento que passa e leva as vozes a todas as dimensões pelo que sei que ela me ouvirá.
- "mas que digo eu? que gostarias? esqueço que já não tens o limite da matéria....que sei eu...? talvez caminhes comigo...ou talvez estejas sentada no topo do Everest a olhar e a pensar que um dia me levarás lá, pois sabes que sempre o quis fazer...."
E rio.
Estes solilóquios, lançados ao vento, às pedras, às altaneiras àrvores e ao vento não me deixam nenhum amargo de boca, nem sinal de tristeza.
E, de volta, recebo o murmúrio das águas, das folhas agitadas pelos ventos, dos pássaros agora em frenética azáfama e dos insectos que começam a murmurar ao longo dos dias....
Ouço ainda o som da planta que rompe a terra e sobe.
Sempre em direcção da luz - ao invés do homem, da humanidade que cada vez mais se afunda nas trevas, nas sombras....
Sinto a falta de Maria Manuel (conheci-a no final do Liceu, namorámos e só a morte nos separou), mas é uma saudade mansa, alicerçada na certeza da imortalidade da alma (ou o que lhe quiserem chamar. Afinal, de cada um de nós, na sua essência.) e caldeada por muitos anos de felicidade, crescimento comum e partilhas, muitas parilhas boas.
Mesmo nos piores momentos a genuidade e a força da nossa relação eliminava tudo o resto.
Que afinal era transitório, supérfluo....
E por estas brenhas caminho sentindo a força da Pimavera, afinal da VIDA, brotar da mãe
Terra/GAIA.

domingo, abril 01, 2007
ainda a propósito da atenção que damos ao outro
terça-feira, março 27, 2007
os outros e nós

domingo, março 18, 2007
poema de José Gomes Ferreira

domingo, março 11, 2007
mensagem

Esta frase para reflexão tirei-a de um livro que herdei de minha falecida e amada mulher.
Desde que me lembro de a conhecer que lembro este pequenino livro e o como foi sempre importante em sua vida e práticas:
«YOGA PARA MULHER», Chiang sing, Edições de Ouro, Rio de janeiro; Brasil (97)
Da mesma forma que assim construímos nossa realidade construímos o outro através do olhar e do pensamento.
Quando me aborrecia ou entristecia com atitudes e copmportamentos de pessoas, Maria Eduarda me dizia: "lembra-te que não te vêem, vêem imagens distorcidas de si próprias e pensam que nos estão vendo. Tendemos a ver os outros ao espelho de nossas imagens".
quarta-feira, março 07, 2007
O início desta aventura na blogosfera
Que tudo o que necessitamos em nós existe.
Que basta só ouvir a nossa voz interior e com ela nos ligarmos.
É essa a minha busca.
Sei que não é preciso isolarmo-nos, que em qualquer ponto do planeta, por mais ruidoso que seja, podemos fazer essa busca, mas de momento, para mim, era necessário.