quarta-feira, março 25, 2009

o 12º Jogo das 12 Palavras - parte I

Há um ano, no dia 23 de março de 2008, lancei o desafio para iniciarmos este jogo (aqui deixo os links para cada um dos momentos iniciais desta colectiva e lúdica aventura).
A recepção e respostas foram boas. Assim, as 12 Palavras para o 1º Jogo foram aqui publicadas.

Iniciámos esta aventura com a postagem do 1º Jogo das 12 Palavras a X de X de 2008.

Quase um ano volvido após o 1º Jogo, outros 11 corridos e um livro produzido (com textos até ao 5º jogo) continuamos, creio que com prazer, de forma solidária, esta partilha.
De boa saúde _ como se pode ver pelas contribuiões enviadas _ fruíndo as palavras e os seus mútiplos sentidos.
Por mim dá-me prazer o desafio que cada novo jogo - com as suas 12 palavras - acarreta, bem como a partilha de imaginários.
Saúdo os novos participantes que vêm enriquecer o colectivo:
Agradeço às e aos amigos que se mantém empenhados com o entusiasmo de sempre.
Saúdo as e os amigos que por razões de suas vidas não têm podido colaborar como desejariam e espero o seu breve retorno ao nosso convívio.
Deixo o desafio para o 13º Jogo _ dar-me-ia e creio que a todos grato prazer contar com a participação de quem esteve presente no(s) 1º(s) _ comemorativo do 1º aniversário do nosso Jogo das 12 Palavras utilizando as 12 primeiras:

AMORTECIDA; AVASSALADOR; AZUL;CÉU; COMUNGAR; DISTANCIAMENTO; ERODIDO; FAROL; FUSÃO;IMENSO; MAR; TEMPESTADE.

Fica feito o desafio e proponho o seguinte calendário:

Envio de textos: impreterívelmente até 21 de Abril de 2009
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A respeito do livro "22 Olhares Sobre 12 Palavras" a amiga Eli Rodrigues sugere a data de 4 de Abril (não confirmada a 100%) para uma apresentação na FNAC de Viseu.
Face à total ausência de respostas a algumas questões, nomeadamente pedido de sugestões
e colaboração - relacionada com esta e outras matérias - não estou em condições de avaliar se valerá a pena o esforço da Eli. Necessitamos, ela e eu, do vosso retorno:
  1. Quem está interessado - ou não - que se realize esta apresentação em Viseu?
  2. Quem estará presente?

Por favor façam-me chegar as vossas respostas com a máxima urgência para que a Eli decida se estão ou não reunidas condições para avançar.

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Enviei-vos imagem da notícia saída no "Jornal de Poetas e Trovadores"







Não houve retorno ,
mas creio que a terão recebido...

á cautela aqui fica!



Passemos agora ao 12º Jogo!

Eis os textos recebidos:

beija-flor parece dizer
amor, palavra singela.
Mas nós sabemos quando tudo se embaraça
no desejo de excluir de tal sentido
a maldição, entre as vitualhas de cada devaneio,
e como então nos falta a coragem e a virtude da partilha.
Benjamim já fui,
com a simplicidade dos murmúrios aparentes.
Mas a ode que a família julga assim tecer,
dita com a flauta cujo som embala e anuncia
todas as fecundações da verdade,
não vence nunca o nosso medo secreto
que o desamor mate a flor
ROCHA DE SOUSA DESENHAMENTO
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eu, benjamim

sou Benjamim, filho mais novo de Jacob _ mais tarde baptizado por Deus, como Israel. dos seus doze filhos nasceram as doze tribos de Israel - ao que dizem seu filho dilecto, mas em verdade, José o era. minha mãe, Raquel, morreu ao dar-me à luz e suas últimas palavras foram o nome que queria dar-me: Ben- Oni. meu pai mudou-o para este por que respondo. nossa vida é regida pela simplicidade. o amor expressa-se em todos os nossos gestos. de uns para com os outros e para com a natureza e Deus que tudo nos dá. a verdade é um valor instilado desde o berço apreendido pelo exemplo dos mais velhos _ só pelo amor, pela verdade e pela partilha nos tornamos dignos da humanidade que o sopro divino em nós instilou. claro que o aprendizado da partilha também é uma necessidade para a sobrevivência da tribo e do clã. assim como a coragem. mas somos pacíficos. vivemos do pastoreio. eu sou pastor e tocador de flauta. alimentamo-nos de legumes e cereais, de leguminosas e do leite das cabras. com eles fazemos os queijos que duram mais tempo e colhemos os frutos que as árvores dão no tempo certo.
com estas vitualhas vivemos saudáveis e longas vidas. por vezes a dieta é enriquecida com peixes e muitos são fumados ou secos criando uma reserva para dias de carência. só em ocasiões festivas comemos carne, sacrificando um ou mais animais, mas para tal lhes pedindo permissão e perdão. as nossas mulheres cuidam dos filhos _ de todos _ pois todos somos uma unidade e confeccionam os alimentos e aprendem, desde crianças, a tecer os fios do linho, do cânhamo e a lã com que fazem as nossas vestes, mantos, mantas e demais panos necessários à protecção dos corpos face as intempéries. aprendemos o valor da poesia e construímos odes ao amor terreno e ao amor divino que nos criou e de tudo nos provê. o amor de uma mulher tem a leveza do beija-flor e faz florescer nossos dias quando nos enriquece com filhos. uma maldição se abateu sobre nós quando vendemos nosso irmão José aos ismaelitas por vinte moedas de prata. mais tarde estes venderam-no, no Egipto, a Potifar eunuco do faraó e chefe dos guardas. desde essa altura os cereais não medraram, os pastos secaram, assim como os poços.
TMara estranhosDias
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ODE ao AMOR
(de Maria para Benjamim)


Já que dizes que o amor é sã partilha,
então ganha coragem beija-flor:
Com simplicidade e com verdade,
duas vitualhas do dito bem-querer,
beija-me a mim, Benjamim.

Mais uma dança de encantar tu vais tecer
quando soprares da prateada flauta transversal
a melodia suave desta doce maldição,

Esconjuro que és
gravado em mim.
Aníbal Raposo
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A flauta toca a ode
que o Benjamim amor
diz voando tal como
o beija-flor
num acto de coragem
e partilha, a tecer
simplicidade
nas vitualhas do desejo
jamais maldição
e sempre verdade!"
Paula Raposo

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LINHA DE SINTRA
(Viagem de comboio)

Campolide era a estação preferida. Capa e nome de um LP de Sérgio Godinho, era a primeira logo a seguir ao túnel do Rossio. Segunda metade dos anos 40. Criança, extasiava-me sempre que andava de comboio, apesar de o fazer diariamente.
Com toda a simplicidade, achava que à janela, era o melhor lugar do mundo. A escuridão do túnel não me assustava. (A força e a coragem demonstradas por minha mãe ao levar-me todos os dias ao hospital para tratamentos, só as compreendi anos mais tarde).
Cruz da Pedra/Jardim Zoológico. Apeadeiro há muito desactivado, era o meu destino no 1º ano do ciclo. Perto da gare, um pequeno riacho, suficientemente grande para um banho completo, se, ao tentarmos a travessia, caíssemos à água. A técnica perfeita para não cair, era ir saltitando de pedra em pedra, apoiado numa das canas fortes que por ali abundavam. Um pássaro que já se habituara à nossa presença (beija-flor, ou parecido) era o complemento perfeito daquele ambiente.
S. Domingos de Benfica e a sua mata. De comboio ou a pé, Cruz da Pedra era perto, era para ali que íamos quando o intervalo das aulas era mais longo. Junto à mata, os Pupilos do Exercito, escola militar onde a partilha de ideais era muito importante.
Com o título pomposo de estação, Benfica era a preferida por todos aqueles, que naquela idade, tinham um amor profundo a um clube de grandes tradições.
Santa Cruz de Benfica , na verdade, era apenas mais um apeadeiro que servia um bairro simpático de vivendas (Muitos anos depois ameaçado por uma via rápida a que chamam Cril.
Damaia. Sempre a confusão com a Maia e as pessoas que lá viviam, ou eram da Maia…) Hoje, completamente remodelada e mudada de local, acrescenta ao nome a antiga Santa Cruz de Benfica.
Reboleira. Inventada por um construtor civil como chamariz para a venda de andares, nunca passou de uma construção iniciada e depressa abandonada. Como se uma maldição a atingisse.
Amadora. Muitos anos depois, tantos que se perdem na memória, passagem obrigatória por essa estação. Cansado do “ pára-arranca “ do IC 19, era ali que apanhava outro transporte que me levava ao trabalho. (Junto à paragem, todos os dias o cego que nos encantava tocando a sua flauta).
Queluz/Belas, sem referências de maior. Paragem obrigatória, era mais uma estação no percurso. Ver as pessoas que entravam e saíam era a única nota de interesse.
Barcarena/Tercena. Em tempos de boleia, era o local de embarque a caminho de Sintra. Antes da construção desenfreada de milhares de prédios e consequente movimento de pessoas, era possível ouvir-se música nos vastos campos em redor. E sonhar com uma ode perfeita para os nossos ouvidos…
Cacem/Agualva. Passada a fase dos estudos em Lisboa, interrompidos para começar a trabalhar, situava-se no Cacém a escola nocturna. Escola onde pensava começar a tecer o caminho para um curso superior. Que não veio a acontecer.
Rio de Mouro/Rinchoa e de nada me lembro.
Nas Mercês, a lembrança da feira anual. A sempre apreciada carne de porco frita (abusavam do pimentão…) e todas as outras vitualhas que nos enchiam a alma e o estômago. (Vim a saber, anos mais tarde, que era ali que ela apanhava o comboio a caminho de Lisboa).
Algueirão/Mem Martins. O primeiro grande dormitório a seguir a Sintra. Era nesta estação que o comboio enchia e deixava de haver lugares sentados. Recordo, no entanto aquela senhora com um bebé de meses (decerto o benjamim da família) que furando, pedindo licença, insistindo, se sentava sempre no mesmo lugar junto à janela.
Portela de Sintra. Apeadeiro construído após a expansão da Vila para os arredores.
Chegou a ser o meu local de entrada e saída, quando, a estudar à noite no Ateneu em Lisboa, o utilizava seis vezes por dia. Durou apenas seis meses, a aventura.
Sintra. Com a remodelação total das estações, Sintra como destino final dos que vinham de Lisboa, perdeu todo o encanto. Hoje, a estrutura lá erguida, já não deixa ver, em toda a sua grandeza, o Castelo dos Mouros lá no alto. Mais funcional é certo, deixou de ser o ex-libris da linha de Sintra.
Zé-viajante
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amor in

ai amor de beija-flor
partilha de vitualhas
lareira com acendalhas
maldição de querubim
vem a mim
ai vem a mim
diz-me que sim
benjamim
que sem ti eu fico assim
como flauta sem coragem
verdade de fraca aragem
a tecer simplicidades
em ode feita às cidades
com pós de perlimpimpim
ai amor
dá-me por fim
esse sim
de uma paixão
… ou então
dá-me um não!
Jorge Castro
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Alma Perdida

A sua alma vagava sobre os penedos, rugindo atormentada, para todo o sempre amaldiçoada...
Olhava com arrependimento para a sua vida passada,
Vida essa onde a luxúria imperava e o amor era negado,
Uma vida onde o som das flautas soavam toda a noite, acompanhadas de odes a Baco.
Desejaria de ter tido a coragem de ter vivido uma vida de simplicidade,
Mas as luzes luxuriantes e manipuladores da noite eram como vitualhas para a sua alma.
Desejaria de ter partilhado o seu leito com alguém de verdade,
e tecer esperanças e um amor puro,
Mas a sua alma era como um benjamim mimado sempre sedento de caprichos,
Era como um beija-flor bebendo do néctar de diferentes flores.
Só lhe restava agora olhar para este passado com amargura
E passar o resto da eternidade mergulhada num sombrio agrilhoamento.
Mac silence..

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ode à vida

na simplicidade de seu viver, com alegria e coragem, o beija-flor tece uma das mais belas odes á vida quando, de flor em flor, recolhe as vitualhas que lhe são alimento enquanto em toda a natureza, da flauta de Pan, ressoa um cântico de amor – o benjamim da vida. seu filho dilecto. fonte de tudo o que existe - e verdade onde a partilha é a lei maior. tão poderosa que não há maldição que logre inverter este ciclo,mau grado as sucessivas rupturas criadas.
Amla - fragmomentosii

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Ainda em vida
Toquei na velha flauta,
cantata liberta de longos véus
escuros.
Já não há maldição;
espantaste todas as vitualhas,
todas,
pelo meu salão escuso.
Amor?
Fugidio,
nem se lhe sentiu a sombra,
nem simplicidade naquele olhar,
escorregadio de coragem,
em renúncia.
(…)
Ode à orquídea!
Ao beija-flor que a resgata,
entre dois sulcos de brisa!
No redondel do olhar,
foi tão só um benjamim
ascenso de si,
apenas,
naquele meu salão escuso.
Partilha a tua boca, apenas.
Tecer frases feitas
é um caminho de tortura,
sem bermas.
Verdade sem tristeza,
por onde, vida, nos levas,
em melodias de trevos e vielas?…
Jaime A.
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A UM AMIGO

Amor rima com beija-flor.
Talvez estas duas palavras sirvam para os poetas e poetisas deste jogo puderem comporem os seus poemas e pensarem um pouco na simplicidade do seu impulsionador. Ele, que viveu algum tempo e por vontade própria, em recolhimento e, agora, se encontra junto dos seus benjamins, cheio de coragem para suportar o frio das terras do norte de outro continente deixando em esquecimento a nossa velhinha Europa.
Na verdade, a partilha da sua amizade, por nós todos, é gratificante e entra nos nossos corações como os sons duma flauta mágica ao tecer suaves acordes numa ode ao nosso conhecimento mágico e virtual, proporcionado por este jogo interactivo que, não será só de 22 olhares mas sim, de todos e para todos que queiram participar e, afastar, não direi maldição mas, o mau juízo que muitos fazem, dos contactos e amizades, via Internet.
Espero que, este amigo comum, tenha levado para o jovem continente de índios e cowboys, um pote bem cheio de vitualhas para repartir com os seus familiares, pois assim poderá matar saudades do nosso velho cantinho europeu enquanto se delicia no degusto bem apaladado dos comeres minhotos
Benó

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O espelho reflecte a harmonia de formas apetecíveis,
vitualhas de prazer que só quero partilhar contigo.
Deixa que te olhe e percorra a verdade que é o teu corpo.
Ouve os batimentos acelerados de quem deseja.
Toca os teus lábios nos meus como um beija-flor,
que sorve o néctar doce do absinto.
Sente o ardor do nosso beijo sôfrego e descontrolado,
que nos faz tecer longos mantos de coragem.
Escuta o amor que nos une,
como uma maldição que não queremos que acabe.
Partilha comigo a simplicidade de uma ode,
tocada à flauta por um benjamim qualquer
José Rios

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Beija-flor trinou batendo as asas num repique de graça. Poisou devagarinho no cardeal cor de ciclame e olhou em redor. Beija-flor descansou.
O sol escorria numa quentura morna de sentidos. As folhas verdes gotejavam de brilho. O ar colava-se ao corpo.
Naquela hora, a modorra visitava a natureza mais o homem. Porém beija-flor continuava trinando, a melodia chegou no vento à casa amarela. Clarisse deitou a perna cor de canela para fora do lençol. Rolou a carne na tepidez do ar. Salivou os lábios túrgidos, pestanejou, bocejou e botou o braço para fora. Depois apurou o ouvido. O trinado do beija-flor picou-lhe a orelha.
Beija-flor tinha voltado. Era tempo de amor.
Dengosa enrolou as pernas rebolando as ancas. O gesto destapou uma ode de canela perfumada e palpitante. Faceira agitou os caracóis apertados que teimavam em tapar-lhe o olho de veludo. Estendeu a vista por baixo e gostou do que viu. Mulata boa e tenra. Ela sabia. O corpo pedia e o desejo subia.
E beija-flor trinava.
Cobriu o corpo lindo com vestidinho de alcinhas. Algodão vermelho macio. Sozinho, assim em cima da carne. Uma simplicidade feita beleza.
Enfiou os pés nas chinelas e saiu para a rua. O desejo mole alagou-lhe os seios. Uma coceira redonda. De cima para baixo, e, de baixo até cima. Um zumbido sem tino.
Bateu o portão do quintal. O calor envolveu-a ainda mais. Um treme-treme a ardejar-lhe o corpo. Clarisse zonzou. Deu um passo, mais outro e o requebro de anca tomou conta dela. Gostou.
O beija-flor a trinar e Clarisse a menear.
Vai mato dentro. A melodia chama-a. Beija-flor é o seu maestro.
Bilhó mulato escorreito está jardinando. Vê Clarisse no vestidinho vermelho descendo a rua e dengando a cada passo. Não despega olho, não. Aquela moça tem mandinga. Aquele meneio de canela abrasa-o. Clarisse vai já longe. Levanta-se, deixa o sachinho mais o balde de lado. As flores que esperem. Ele tem que ir colher aqueloutra flor. Já na rua, estuga o passo como se fora gato esticado. Pé aqui, pé ali, na pegada do feitiço de canela. O sol ateia-o ainda mais.
E beija-flor a encantar,
Clarisse ouve cada vez mais perto aquela flauta de trinados tão puros. Parece som de prata a cair na água. Tão lindo! Tão lindo que até dói. E o calor que alaga o corpo. Sente as coxas molhadas. Espreita por dentro do vestidinho de alças. Tudo parece maior. Cresceu. Sente a cabeça a rodar. Olha em volta e de revés. Vê mulato Bilhó. Rapaz bonito e enxuto.
Gosta.
Sente o latejo do seu corpo de canela. Olha-o de soslaio. Espicaça-o. Freme. Pára. Corta um cardeal da sebe de Dona Letinha. Mexe na flor, acariciando o estame erguido. Passa-a pelo rosto olhando para trás de olho bem aberto, lança uma gargalhada. Ai, que ele vem vindo. Ai!
Beija-flor continua trinando e Clarisse dengando.
Aquele tecer insinuante de sentidos faz a coragem de Bilhó subir como se fora balão redondo escapulindo da mão de menino. Estuga o passo. As pernas ágeis desentorpeçam os passos da distância. E chega-se por trás assim devagarinho. Passa-lhe a mão na nádega que adivinha firme e de jeito coloca-se a seu lado.
Sorriem. Olho no olho. Há a luz do desejo. a verdade não tem palavras. Tem gesto.
Dão as mãos. Os braços balançam ao ritmo do andar. Bamboleado em jeito de partilha. Um bater de asas contínuo como se fora beija-flor.
A acácia está florida, o cheiro enreda mais. Clarisse encosta- se ao velho tronco. Defronte beija-flor pipila sobre a folha verde da samambaia. Parou agora. Parece que os está mirando. Bate as asas, assim, sem parar. São as asas de beija-flor ou as mãos de Bilhó num desatino na sua carne de canela?
Suspira fundo, de prazer e fecha os olhos.
Clarisse não sabe mais onde está. Tudo rodopia. O sentido do mundo gira no ventre de canela. A maldição de mulher no suspiro do prazer, fá-la estremecer. Que gostosura, que mundo de sentir. Bilhó é macho possante. Dá-lhe o prazer da vida no reboliço de um vai e vem. Clarisse geme e geme. Trinado de mulher. Pipilar de fêmea. Primícias
Na árvore beija-flor humedeceu. Está quedo. Os olhos mais a cabecita movem-se irrequietos.
A música mudou. Cicios de mulher em pauta de sentir.
Beija-flor pia solitário.Logo, logo, um outro e mais outro…e ai, outro ainda, soam em redor.
Pipilo ou cicio? Beija-flor ou Clarisse?
Confusão!
Sob a acácia as vitualhas do prazer jazem em silêncio. Escuta-se o segredo da tarde embrulhado num trapo de sentidos já contados. Clarisse sonolenta de gozo, estende a mão para o rosto de Bilhó. Interlúdio de carne. Estrofe de som.
A samambaia estremece no seu verde. Beija-flor saltita. Um toque aqui, outro ali. A carícia de uma asa. Um esvoaçar permanente. Uma íris de cores. Beija-flor está feliz.
Beija-flor ou Clarisse?
Pássaro ou mulher? Pipilo ou cicio? Quem sabe? Quem ouviu?
Gente não foi.
Na casa amarela a tarde acordou. Clarisse sentada no banco da cozinha descasca o feijão. Ploc, ploc e o grão vai caindo na bacia azul. E a bacia vai enchendo, enchendo tal como o devaneio de Clarisse.
Algures um beija-flor, um benjamim de ilusão vai esvoaçando…
Mateso -Artmus

terça-feira, março 24, 2009

12º Jogo das 12 Palavras - parte II

AVISO E EXPLICAÇÃO
Como informei nos comentários na 1ª parte, tenho tido dificuldade em aceder ao Blogger/blogue e colocar os últimos textos.
Hoje estou a conseguirMAS não consigo colocar os links aos vossos blogues. Irei tentando e creio que será colmatada esta questão.
Obrigado.
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fui o benjamim de uma família de sete filhos. dizia a voz do povo que o sétimo filho de uma família de sete irmãos carregava consigo ou uma bênção ou uma maldição.
assim mantinham-me à distância. evitavam que os seus filhos brincassem comigo desconhecedores de qual a carga que transportava.

a coragem é um dos lemas inscrito no nosso brasão, juntamente com a simplicidade na forma de viver em verdade. de coração limpo. a flauta a nossa arma dilecta. com ela tecemos odes à vida e ao amor que partilhamos com amigos e vizinhos, assim como as vitualhas que cada um coloca sobre as mesas comunitárias.
no dia a dia a minha vida estava restrita ao convívio com a família dado o receio que os restantes tinham daquilo que eu transportava. passava assim muito tempo só. cada um tinha tarefas a cumprir em prol da comunidade.
sendo o mais novo não entrara ainda na distribuição de tarefas o que se mostrava complicado não só pela idade, mas pelo facto de ter que conviver com pessoas que me receavam. ninguém me tratava mal mas respondiam-me laconicamente mantendo grande distância física e afectiva entre mim e eles. os meus pais explicaram-me as razões. os avós contaram-me histórias de outras pessoas como eu que se tornaram grandes heróis. referenciais da nossa história.
nada disto aliviava a dor pelo comunitário ostracismo passivo que redundava num grande isolamento maus grado o esforço de toda a família.
partia campos fora a observar os animais e as plantas. conhecia os ninhos das aves, as tocas de outros animais e via as plantas crescer, quase ao milímetro. identificava as aves pelo voo. Conhecia-as pelo seu canto e pela coloração das penas. Os beija-flor fascinavam-me. esquecia tudo e ficava horas a observar o seu voo. a velocidade das asas a bater quando com os seus longos bicos recolhiam o néctar das flores. conhecia os rituais de acasalamento de dezenas de animais, reproduzindo quase integralmente as belas coreografias de cada um.
cresci feliz, apesar de tudo, e hoje sou um artista. o bailado e a coreografia a minha área pelo que agradeço a todos o isolamento a que me votaram pois permitiram-me intensa e minuciosa aprendizagem pela observação dos movimentos dos animais assim como dos ondulatórios movimentos das plantas tocadas pelas mais leves brisas ou quase arrancadas por fortes ventanias. fazia um jgo de observação e imitação que agora expresso em bailados que os críticos consideram imorredoiros na nova estética e me merecem unânime aplauso.
Eremita
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santuário

vivia Mário, o benjamim, o sétimo filho da família, com grande simplicidade e a leveza do beija-flor uma vida de amor e partilha tecida na verdade dos sentimentos e na coragem de os expressar. do riso ás lágrimas sem falsos pudores.
de madrugada partia a pastorear as ovelhas e enchia os dias com odes compostas na sua flauta de cana feita segundo a forma ritual ensinada pelo pai e passada de geração em geração desde tempos perdidos na memória familiar.
no bornal transportava as vitualhas que o alimentariam. a água bebia-a fresca pelas fontes, num cocharro pendurado à ilharga.
mas na vida de Mário havia uma mágoa que nunca o largava e que ele aprendera a manter soterrada pela paz e harmonia de seu viver. uma maldição que o levara a isolar-se. a distanciar-se dos outros humanos e das grandes massas habitacionais e humanas. o seu cérebro funcionava como um radar captando os pensamentos e sentimentos de quem o rodeava. tal situação era um fundo poço de insuportável dor.
TMara/ Multiply

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Benjamim- pássaro selvagem

Benjamim é um beija-flor, um pássaro selvagem, um pinga-amor.
Ele não sabe, mas partilha de uma maldição, comum a variadas maldições, que não o deixa parar em ramo verde. Desconfia, apenas, de algo trágico e eminente, pululando em seu redor, nos sons melodiosos de uma flauta. E essa música deixa-o receoso. Todavia, não se atreve a criar coragem para escutar, com atenção, a voz do vento. Desse modo, fica sem perceber bem de onde sopra o toque e o que quererá dizer essa ode.
Por um lado, uma verdade portátil borbulha no seu cérebro de pardal de telhado; por outro uma simplicidade volúvel fervilha no seu bico carregado de néctar e pólen de flores - vitualhas imprescindíveis à sua sobrevivência.
Ainda assim, a sua natural rebeldia, aliada à desconfiança de que algo não está bem, levam-no a tomar providências no sentido de tecer um ninho seguro, que o proteja de contratempos. Mas, apesar de tudo, continua firme na convicção de que será sempre um pássaro selvagem.
Fa menor

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Apaziguando-me


No horizonte o sol declinava
Partia
Levando consigo
A maldição
Que pairava no ar...
O benjamim
Tocava flauta,
Uma ode ao amor,
Partilha da sua
Simplicidade.
E, no fundo de mim
Sentia tece a verdade,
Vitualhas
Da minha coragem,
Acalmia da minha inquietude
Enquanto o beija-flor
Partia também com o sol...
Elsa Sequeira

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Entontecidos e acuados
deambulam pelos telhados
em magnética invisibilidade

São vozes derramando vitualhas
em odes de tempestade
tacteando a flauta da verdade

Dizem: maldição, incongruência!
Dizem: da menina-larva,
do benjamim precoce,
o aclarar a demência…

Olvidam que é hora do amor,
da partilha em simplicidade
qual sublime beija-flor
a tecer partituras de humanidade
com a coragem e vigor

que na natureza de nós
em ternos laços
nos dança
Amita

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Pescador de sonhos

Ele era o benjamim companha daquele barco, fonte do seu ganha-pão
Tinha a coragem necessária para enfrentar todos os mares alterosos, raivosos, medonhos, habitados por gigantes que seriam o temor de qualquer pescador mas não dele.
Na simplicidade de homem do mar passava as suas horas de folga a tecer as malhas da rede que seria lançada pelos braços fortes dos seus camaradas, para a captura do peixe que, em partilha igual renderia o mísero sustento de todos.
No vai-vem da agulha de emalhar sonhava com o amor da mulher que estava em casa, sempre fiel e à sua espera, para o cobrir de beijos, tal como o beija-flor fazia todas as primaveras quando visitava a roseira vermelha plantada por si, junto da janela da cozinha.
No seu sonho de homem do mar apaixonado, havia o desejo de ser poeta.
Gostaria de fazer versos, talvez sonetos como o Camões ou ode(s) que ele, na verdade, não sabia muito bem como era, mas lembrava-se de ter ouvido a professora falar qualquer coisa sobre isso nas aulas nocturnas.
Também sonhava ter uma flauta para tocar nas noites de Inverno durante o defeso, para não ouvir o vento zunir nas frinchas das portas como uma maldição.
Faria lindas musicas e versos que falassem do amor para a mulher cantar, naquela voz doce que só ela tinha.

O chamamento do mestre da tripulação despertou-o do devaneio em que se encontrava. Era a hora da refeição e como não tinha havido captura de pescado, iriam comer as vitualhas que sempre existiam a bordo para suprir as falhas do mar.
Isto não era sonho mas a realidade dum pescador sem pesca.
Benó

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Romã...romã...

quatro letras iguais, ao contrário, a primeira amor
Romã fruto belo colorido, procurado por beija-flor
Por fim em Roma antiga haveria um benjamim
Um guerreiro forte, valente e com coragem
momentos de descanso ouviria flauta
Sendo estes só conturbados pela maldição
Acompanhado pela lira entoava o canto de uma ode
E teria também seus momentos de partilha
Onde porventura se destacava a sua simplicidade
Contrastando com as armadilhas que teria de tecer
Mas procurando, talvez, sempre a busca da verdade
E no final o banquete com as suas habituais vitualhas
belisa

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entre os sonos, recolho as vitualhas
que hão-de ser o pasto fino da verdade
entrelaçar de ilusões, no tecer de uma ode
ao amor, ao beija-flor, às rosas.

E lembro o homem velho, na simplicidade do lar,
narrando ao menino a história eterna da flauta
do zagal, levando a maldição longe de Hamelin.
E moldando a infância do seu benjamim
lhe conta da palavra dada e não cumprida de partilha.
Diz-lhe da coragem inumana do flautista – a justiça
dente por dente – que rouba então cada lar a alegria, o riso,
a vida, num castigo atroz sem remissão.
jawaa

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Isabel tira partido de toda a beleza da planície alentejana, dos horizontes que se estendem pelos campos, da tranquilidade dos dias passados à beira da piscina, do prazer da leitura no jardim, dos momentos de reflexão e inspiração no miradouro, das searas a perder de vista, das varandas e da beleza de um pôr-do-sol no terraço. Para Isabel todos os requisitos propícios a intensos momentos de amor.
No seu passeio matinal encontrou um beija-flor picando uma papoila. Desceu a planície e ouviu uma doce melodia, ficou surpreendida pelo João, o BENJamim da família tocando flauta.
Aquando da chegada da Primavera, os dias brilham de uma forma diferente, convidando à partilha de momentos inesquecíveis; a verdade é só uma: ali os dias são passados de forma agradável entre passeios e descanso, não há correrias e preocupações, Isabel dá-se ao luxo de tomar o pequeno-almoço às 11:00h.
Aproveita a vista para a piscina enquanto saboreia o delicioso pequeno-almoço confeccionado com produtos regionais e onde o pão caseiro não pode deixar de estar presente. Acompanha com queijo de ovelha, presunto ou enchidos alentejanos. Prova também as frutas da época, que encontra ao natural ou sob a forma de compota ou sumo. A simplicidade da sala, onde costuma deixar-se embalar numa cadeira de baloiço, convida ao descanso e ao convívio, em diferentes momentos do dia.
Numa noite de Abril, um grupo de pessoas reúne-se à volta da mesa e, contam histórias de outras vidas, onde a maldição aparece numa ode mágica, com a devida coragem de não se assustarem. Uns e outros costumam tecer considerações acerca de temas arrepiantes. Já vencidos pelo sono, pedem vitualhas antes de voltarem aos seus quartos, onde pernoitam, para de manhã cedo seguirem um percurso que os levará a destino incerto.
Ester.A.

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Fora


Não me venhas mais com desfiles de palavras ocas. Vou libertar-me numa ode sem fim, onde a simplicidade e a partilha me exijam. Precisas de tecer mais poemas de verdade e menos vitualhas. Não vou ouvir o som daquela flauta, onde o teu cheiro penetra em mim como uma maldição. A coragem fez-se à estrada e encontrou uma nova terra onde pernoitar, uma vez mais, uma vez mais. Por seres o benjamim de uma família redonda, tornaste-te um beija-flor que anda de poiso em poiso a enganar com o seu amor!
Eli Rodrigues

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Paixão

olho para o tempo
e sei-me benjamim.

alguns dirão que sou jovem,
demasiado jovem,
para tecer na flauta uma ode ao amor.

como se a partilha só surgisse pela experiência,
estão convictos da sua verdade.
desprezam a simplicidade!
e não tem a coragem de o assumir.

talvez o incandescente seja uma maldição?
para alguns …
para outros, meras vitualhas.

para mim?
o tempo é beija-flor em paixão.

VFS - do Inatingível e outros Cosmos

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O Deus Pã com coragem e amor
Partilha qual benjamim a simplicidade
Procura tecer com flauta como beija-flor
uma ode, meras vitualhas e o encontro da verdade
exorcisando a maldição com alegria e sem dor.
Álvaro das Caroleiras

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Ele era o benjamim do mundo dos Gnomos...tinha composto a ode mais bela que algum dia já se ouvira...mas, na sua simplicidade...tinha medo de pegar na sua flauta...e tocar naquele jantar, para que fora convidado a tocar, onde as mesas repletas de VITUalhas, eram ocupadas pelos gnomos mas sábios da comunidade....além disso, uma maldição pairava no ar...o último gnomo que o fizera...tinha deixado de saber tocar e compor, vivendo agora envolto em tristeza.

Entregue aos seus pensamentos, sentou-se debaixo de roseiral...onde sem ele se aperceber...um lindo beija-flor se deliciava com o néctar de uma das rosas... vendo a tristeza do gnomo...perguntou-lhe o que se passava...o gnomo contou-lhe...e a verdade era que lhe faltava coragem...para o fazer.

O passarinho bateu mais as suas asas...segredando ao seu ouvido...disse-lhe que seria fácil....apenas tinham que tecer o seu plano....depois bastava partilhar com amor a sua música maravilhosa!!
E, assim foi....o gnomo nessa noite tocou maravilhosamente, encantando todos os presentes...que extasiados o aplaudiram em pé...no fim, o bater de asas de seu amigo roçou seu rosto, deslocando uma brisa com cheiro de rosas.
Clarinda Galante

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Amor, amor é partilha, companheirismo, cumplicidade, tolerância, verdade… amor é uma palavra hoje banalizada e difícil de pronunciar com verdade e sentimento. Para amar é preciso ter coragem porque amar é sofrer. O amor faz parte da vida, mas por vezes parece mais um sofrimento, uma maldição e não uma dádiva a que se tem direito. Há quem por amor aceite umas vitualhas tal a necessidade de se sentir amado e desejado . . .
Maria foi andar pelo campo para espairecer, pensar no seu grande amor problemático, repara na simplicidade de um beija-flor quando aborda uma flor e suga o seu néctar e dessa visão quase lhe nasce uma ode à vida.
Para completar essa bela paisagem que a ilumina e ajuda nos seus pensamentos amorosos, descobre mais um elemento que avista nas colinas, um pastor conduzindo o seu rebanho, repetindo diariamente esse gesto mas, parecendo feliz, tocando a sua flauta, o benjamim de uma família imensa em que todos sorriem. Eles amam-se do seu jeito, amam a terra, amam os animais, a natureza...
A Maria regressa com a alma cheia de esperança, purificada de mente, novas ideias e vontade de tecer argumentos com o seu bem amado.
A sua lareira crepita, pega numa chávena de chá e pensa...como a vida seria bela se o amor imperasse, a partilha, a simplicidade, a verdade...e aguarda a chegada do seu amor.

mj/skuba

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Exaustos, imundos e sequiosos partilhavam irmãmente os poucos víveres que sobejaram e sentiam-se agradecidos pelo pequeno pedaço de pão, seco e bolorento, como se tratasse de vitualha digna de reis.
A fome e a sede eram suportáveis a estes habituados à frugalidade, habituados à simplicidade e à privação de sono e conforto.
A necessidade de se manterem atentos e despertos não lhes permitia dormirem; o ódio pelo inimigo e o desejo de vingança mantinham nestes homens a coragem e o vigor semelhante à dos heróis cantados em odes e epopeias.
Junto aos feridos e moribundos um mancebo, criança ainda. Chamavam a este benjamim, pela sua ainda resistente beleza e infantilidade. Tocava uma flauta; sons da sua terra, de sua casa, sons de saudade e de esperança. Contrastavam estas inebriantes melodias com os gritos e gemidos de dor, dos decepados, dos mutilados, dos esventrados, daqueles que perdiam o seu sangue e impotentes e desesperados, aguardavam em agonia arrepiante e assustadora resignação a chegada da morte.
Os mais velhos e experientes, contavam com entusiasmo exagerado e falacioso desta gente à guerra usada, históriasNegrito de aventuras e desventuras, de batalhas, glórias, de mulheres e seus encantos, de paixão, de amor, de bravura e valentia sem par e sem igual, falavam de honra e de vitórias.
Alguns, mais devotos, oravam aos Deuses, suplicavam por sucesso na batalha que se adivinhava, invocavam protecção divina, entoavam cânticos e invocações mágicas, ancestrais; sobre o inimigo pesada maldição se abateria. Por esta fé, verdade insuspeita e inabalável, todo o medo desaparecia e ganhava força o desejo de matar; de viver.
Aproximava-se a hora, brevemente se iriam ouvir os sons das trompetas, sentir-se o peso das armas e frágeis armaduras. Os generais preparavam o embate final, jogando com a vida de seus subalternos, teciam planos de combate, decidiam quantos a sacrificar e dividiam entre si o possível espólio da vitória.
O dia nascerá mas sem que se ouça o canto das aves, fugiram para longe em direcção à paz…a última que se viu era um beija-flor.
António Rios

domingo, março 08, 2009

as 12 palavras do 12º Jogo


E as 12 Palavras são estas:
Amor - beija-flor - benjamim - coragem - flauta -maldição - ode - Partilha - simplicidade - Tecer - Verdade - vitualhas.


Cá espero os vossos textos, prosa ou poesia, o mais tardar até dia 25 do corrente. Lembro a todas e todos as/os participantes que deverão enviar os textos com as 12 palavras obrigatórias em MAIÚSCULAS. Não a cores, não a negrito, MAS destacadas em maiúsculas.