quarta-feira, outubro 24, 2007

A generosidade surge e flui



Quem por aqui passar e se sentar a descansar à sombra, apesar de hoje o Sol não ser visível a nossos olhos, debaixo das árvores está sempre uma bela sombra, quem por aqui passar e se sentar à sombra a dar dois dedos de conversa e a beberricar um chá quente que já sabe muito bem, notará, do lado direito um "selo"/"banner" (se não for esta designação digam-me) de Blog Solidário , que o amigo LUMIFE (e seu blogue BEJA), alma grande pelo que podemos ver nos seus três blogues, me ofertou, deixando-me embaraçado por sentir muita generosidade dele e pouca valia minha.


Este amigo, em seus blogues de grande qualidade e pureza. no amor à sua região e gentes, divulga também (e faz, que já li) poesia e largamente a cultura nacional com expressão Alentejana.


Agora, ai que me faz vir água aos olhos e...à boca no seu ALVITO vem divulgando de forma escorreita, precisa, rigorosa E atractiva a Feira

dos Santos e Frutos Secos.


Já há anos que lá não vou, mas guardo bem fundo em mim, o prazer do convívio simples, fácil, com as atenciosas e serenas gentes alentejanas. Nem falo dos pitéus.

Me fico pelo prazer do convívio pois foi o que mais me agradou.

Marca que ficará para sempre em mim, da 1ª ida.

Sempre ouvira dizer que o Alentejano era fechado, reservado....Falsidade maior.

Basta ir e todos verão e, principalmente VIVERÃO o contrário.

Até cantei modas com um grupo de famílias alentejanas que lá estavam e nos não conheciam de parte alguma.

Enfim, preconceitos são coisa que não falta neste minúsculo país dito de...brandos costumes.


E este amigo, o Lumife, não se fica por aqui. Ná.

Tem ainda um terceiro blogue, de seu nome: SABIA QUE...? onde com a paciência e perseverança do investigador presta um serviço público formativo e informativo, rigoroso e cuidado, sobre matérias várias, maioritariamente (todas as que li o eram) sobre saúde e o seu oposto.

A ele sim, merecidamente, o Selo do Blog Solidário.

E já que é da praxe, podendo esta ser alterada por quem quiser, mas hoje eu o não faço, o dou a alguns e algumas das amigas e amigos que por aqui vou conhecendo e creio que todos o erecerão por igual, mesmo os que não refiro aqui e hoje. Por isso, quem vier por bem, pegue e leve-o também consigo.


  1. Amaral Nascimento

  2. Ana Eugénio

  3. Cármen Villanova

  4. Cláudia

  5. Eduardo

  6. elsa sekeira

  7. José Gomes

  8. Manoel Carlos

  9. Orca

  10. Sophiamar



(foto retirada de um blogue do Lumife)
Como é bela esta terra alentejana.

quarta-feira, outubro 10, 2007

variações

entre a realidade e o sonho andei por aí fora mais dias do que previra e vos transmitira.
Entretanto voltei há já largos dias, mas na vida surgem coisas inesperadas e assim a ausência continuou e vai continuar, mas não sem hoje vir aqui e passear um pouco por este belo mundo criado na virtualidade onde o real da solidariedade humana se mostra em esplendor.
Sei que existe uma outra face, como em tudo onde a humanidade se apresenta.
Felizmente essa outra, negra, tem andado de mim arredia e espero que continue.
Os dias que pela serra andei foram deliciosos, no tocante à natureza e a alguns humanos e novos conhecimentos.
O mais interessante foi a "nhora Nininha", como é tratada e advém-lhe tal diminutivio da peculiar forma de construir as frases.
Diz ela que assim é desde que se lembra.
Conta hoje oitenta e cinco rijos e lúcidos anos.
Os filhos, seis rapazes, emigraram, vivem muito bem nos países de acolhimento onde ela já foi várias vezes e gostaria eu de saber reproduzir as imagens com que nos transmite as emoções que esses estranhos países e gentes de diferentes e estranhos usos e hábitos lhe provocam, mas confesso minha impotência para tal. Minha incompetência, afinal.
Voltemos ao nome: "nhora Nininha" fala sempre, mas atenção que quando digo sempre é mesmo sempre, usando diminutivos.
Por exemplo, ao falar das galinhas dizia-me: "Veja o senhorinho que as minhas galinhinhas andam por aí, soltinhas.
Comem ervinhas, bichinhos que por aí é o que mais há, mas do que elas gostam mesmo é de comer minhoquinhas.
Havia o senhorinho de as ver...
As pobrezinhas ficam louquinhas e brigam umas com as outras, coitadinhas, tentando roubar à galinhinha que apanhou a minhoquinha a pobre bichinha.
Olhe, até faz dó, pois se não bastasse a bichinha ser comida, antes fica toda partidinha com a briga das minhas galinhinhas"

Não pensem que brinco ou deliro, nem que ela assim fala por debilidade ou esclerose.
Não sabe explicar o porquê.
Lembra-se que sempre assim falou e o geito ficou-lhe de tal forma que nunca falou doutra forma.
Nina lhe chamavam os pais.
- "Por eu sempre falar assim o povinho baptizou-me de Nininha.
E pegou. Por mi tá bem. Sempre esteve.
Não é falta de respeitinho. Até é um miminho, um carinhinho, não acha o senhorinho?"
E ri-se. Alegre. Com uma pureza que já raro se encontra.
E dos "filhinhos", dos "netinhos" e das "norinhas" me fala, com carinho e elogios e
m que se desfaz também com lágrimas, se fosse ela diria umas lagriminhas, quando fala dos seus ricos "netinhos" e também dos "sobrinhinhos que são como filhinhos", pois tanto ela lhes quer quanto eles a ela e nela sempre buscam conselho e orientação.

Lido desta forma parece que é louca ou esclerosada.

Longe, mas muito longe de tal.
Modo de falar que o isolamento alimentou e forma carinhosa em que sempre se expressou.
Sábia é esta mulher que ali vive só, contra a vontade dos filhos que a querem com eles, no conforto e segurança de suas casa e amor.
Falámos muito.
Acabei por ficar três dias na zona e passei a maior parte desse tempo com ela.
Vim de lá mais rico e humanamente mais "humano" e com maior capacidade de compreensão e respeito.
Como se ela me houvesse retirado uma venda que desconhecia velar-me os sentidos do corpo e da alma.

Lá voltarei sempre a enriquecer-me, pois fiquei convicto que apesar da idade, do isolamento, da distância que a separa dos filhos e restantes entes amados que por norma vê duas vezes por ano, não se sente só, nem solitária, embora diga que estaria melhor se tivesse:"o meu Albertinho" comigo. Foi sempre um bom maridinho e bom companheirinho.
Um mourinho no trabalhinho que só visto". E suspira.
Um som suave que lhe sai fundo do pequeno peito pois é franzina.

quinta-feira, outubro 04, 2007

explicação e pedido de desculpas

(Foto da internet, sem autoria)

Às e aos pacientes caminheiros que por cá passam e que continuam a deixar pégadas em suas casas, que gosto de visitar, quero deixar uma palavra explicativa pela ausência, quase desaparecimento.

O meu computador principal, digamos assim, avariou. Estou a usar um muito velhinho, comprado há anos no eBay, com o destino quase único de escrever texto e que não se dá muito bem com a internet pois as suas definições são "débeis" para tal.

Por outro lado tenho andado a aproveitar este início de Outono para vaguear pela Serra , gozando esta fase do início do Outono e ficando fora, qual jovem, perambulando.

Só que os meus ossos começam a ressentir-se e já sei que não tarda terei que pernoitar sempre na quentura da casa e da cama em vez do saco-cama.

Vim ontem para enviar a minha colaboração à M., no Palavra Puxa Palavra e amanhã, se não amanhecer a chover a cântaros, pego no bordão de caminheiro, na mochila já aprontada e faço-me aos caminhos que se deixarem desvendar e descobrir por meus olhos e pés.

Ainda há um terceiro factor que me faz andar arredio.

Como se não bastassem as dificuldades do computador, a internet - móvel, que outra não há, ainda nesta zona - tem fraco sinal e por vezes passo 3, ou 4 horas par conseguir colocar um pequeno post, pois no meio desliga-se e faz isto inúmeras vezes.

Por vezes perco o que já havia feito.

Com o regresso fixo à casa tentarei obter melhores condições e, de qualquer das formas como não terei muitos trabalhos no exterior visitar-vos-ei a todos, na esperança que não tenham levado a mal esta prolongada ausência.

Fica a explicação.

Verdadeira e real.

Levo comigo a saudade dos textos que não tenho lido e das visitas não feitas aos vossos sítios onde me delicio a ler-vos.