terça-feira, setembro 25, 2007

curiosidades. Em minha opinião...

Outro dia li, no Notícias Magazine (23 de Set. de 2007, nº 800), algumas notícias - como designar? - curiosas? interessantes?

  • Deixo-vos um extracto das "Conversas sem nome", por Octávio Cunha, intitulada, "Responsabilidade Médica".
«Há cerca de 30 anos, J.D, um homem conhecido pelo seu senso de humor, esteve internado, gravemente doente, numa clínica onde lhe prestaram os cuidados então usados: oxigénio por um tubinho na narina, alimentos por sonda no estômago e algaliação. Tinha muitas visitas. Um dia, respondeu a uma que lhe perguntou como se sentia: "É como você vê, se me apanho morto até julgo que é mentira"»

Claro que este episódio se inseria numa reflexão sobre os serviços médicos e respectiva ética, sobre a dignidade humana. Na vida e na morte.
Pessoalmente, segundo as condições e tendo em conta a dignidade do ser humano na morte,
sou a favor da eutanásia assistida segundo regras e leis bem definidas e regulamentadas para evitar abusos e homicídios encapotados.

O autor não emitia opinião. Reflectia connosco sobre a matéria sem que a palavra "eutanásia" fosse referida. Era no estrito plano da ética e dos cuidados de saúde do médico para com o doente, limites, que ele reflectia.


  • Na Etiópia ainda se guiam pelo calendário romano/Juliano. Por tal só agora entraram no 3º milénio. Destaco parte das "COMEMORAÇÕES" dessa entrada:
. Fazer, em Addis Abeba, uma "limpeza". Para tal os noventa mil - 90.000 - pedintes foram proibídos de pedir (não dizia por quanto tempo).
.Matar, com estrictinina, os cães vadios.

Note-se que a morte por estricnina é extremamente violenta e dolorosa com convulsões e paragem dos músculos respiratórios.

Não quero dizer que a morte dos animais utilizando algo mais suave fosse legítima, mas a violência dupla - morte e a forma como esta é levada a cabo torna o acto ainda mais repugnante e odioso.

Talvez a necessidade de eliminar animais se prenda com razões de saúde pública, não sei, mas o método....

Ora se aos pedintes é interditado o seu ofício, com a fome talvez apanhem os alimentos destinados aos cães....

É o que se pode chamar de....limpeza-muito-suja

Civilização? O que será?

quinta-feira, setembro 20, 2007

VIDA



Choveu! E logo da terra humosa
Irrompe o campo das liliaceas
Foi bem fecunda, a estação pluviosa!
Que vigor no campo das liliaceas!

*
Calquem. Recalquem, não o afogam.
Deixem. Não calquem. Que tudo invadam.
Não as extinguem. Porque as degradam?
Para que as calcam? Não as afogam.

*
Olhem o fogo que anda na serra.
É a queimada...Que lumaréu!
Podem calcal-o, deitar-lhe terra,
Que não apagam o lumaréu.

*
Deixem! Não calquem! Deixem arder.
Se aqui o pisam, rebenta além.
- E se arde tudo? - Isso que tem?
Deitam-lhe fogo, é para arder...
***

PRSSANHA, Camilo (1995). CLEPSYDRA. Lisboa: Relógio D'Água: 105

quinta-feira, setembro 13, 2007

Vá lá uma pessoa entender-se

Vejam se entendem, pois eu não.
E tenho a veleidade de pensar que me conheço razoavelmente.

Passo a contar:
Os “DIAS DE…”, criados para homenagear, mães, pais, namorados, etc, já são tantos que em cada dia do ano já têm que se encaixar vários.
Na família nunca os valorizamos e sempre considerámos que eram dias “comerciais”, artificialmente criados para estímulos ao consumo.
Os dias, todos eles, são dias de tudo isso, para tudo isso.
Para amar e demonstrar com gestos de ternura e pequenos nadas simbólicos a importância dessas pessoas em nossas vidas, como nos fazem felizes e nos tornamos melhores com elas e por elas, como somos gratos por existirem em nossas vidas…
E esta posição não correspondia, não corresponde a nenhum snobismo da nossa parte, família, mas a uma forma de estar na vida.

Os filhos cresceram, felizmente, e felizmente também, seres autónomos, com projectos e vontade própria. Por isso seguiram seus rumos.
E nós, M. M. e eu, felizes por os ver traçar seus caminhos, bater com a cabeça e dar alguns trambolhões, mas levantarem-se e seguirem em frente, com confiança e segurança.

Ora estando eles fora de Portugal, na época do já longínquo dia do Pai, uns amigos do Porto insistiram que passasse uns dias com eles.
Amigos sendo e daqueles a quem a palavra se adequa na reciprocidade e totalidade.
Chegado o dia iam eles sair, almoçar fora e fazer algum programa com os filhos.
Convidaram-me para ir com eles pois somos uma extensão de “família pelo coração” e eu e a M.M. padrinhos dos dois e de casamento de um.
Achei que era melhor deixá-los sós, pois pelas exigências e ritmo da vida a proximidade não é tanta quanto todos gostariam. A Maria José vive em Lisboa com a família e o Manuel e respectiva família, em Braga.
Escusei-me com uma mentirinha afirmando ter, previamente aceitado, um convite de outros queridos amigos para um passeio a Guimarães.
A verdade é que passei o dia sozinho, deambulando pela cidade do Porto, visitando algumas exposições, indo a Serralves e ao Museu de Arte Moderna e terminando com uma boa caminhada pela marginal do Porto.

Ora para onde quer que me virasse só via filhos e progenitores.
E tal provocou-me um aperto no coração, uma dor que nunca pensara possível.
Nostalgia dolorosa.
E tal emoção deixou-me surpreso.

Ontem ao anoitecer, quando andava a jardinar - vocês nem imaginam como as ervas daninhas aparecem e crescem rápido por aqui – é realmente uma terra criativa, veio-me aquele dia, nomeadamente as emoções e sensações que me tomaram, à cabeça.
A palavra “irracionalidade” pontuava sempre, mas todos sabemos que emoções nada têm a ver com racionalidade.
Sendo já passado foi mais fácil analisar, dissecar, mas não cheguei a perceber bem a totalidade dos sentimentos e concluí que me conheço pior do que pensava.

Já é uma boa conclusão.
Conheci, de mim, inesperados aspectos.

Nota: imagens retitadas da net, sem autoria identificada.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Um fim de dia no Porto



A tarde cai.
Mansa e dourada pinga sobre nós o ouro que o sol deixou nas folhas das árvores.

Estou aqui, na esplanada do Piolho a ouvir o concerto das gaivotas bem no centro da cidade.
Ouço o coro, de onde ressalta de vez em quando, um altaneiro e orgulhoso solo.

Estão pousadas.
Lá no alto parecem vigias. Quietas.
Só a voz se ouve.
Enquanto isso, bandos de pombas evoluem bailados.
Talvez bailem segundo o concerto das gaivotas.

Urge olhar melhor. Juntar o som com a coreografia.
Por um instante desligo-me das aves que se recortam tão nítidas na sua ofuscante brancura, contra um céu azul no qual os bicos amarelo-alaranjados ganham inesperada dimensão, e foco-me na árvore á minha frente.

Fico como que hipnotizado.
O aparente caos de crescimento dos ramos e das folhas, uma folhagem densa, fascina.
É tudo tão perfeito, tão exactamente perfeito que os olhos não despegam.

Desde o equilíbrio dos ramos, às cores das folhas e do céu, ao suave oscilar com a brisa, à súbita paragem total de movimento quando a brisa amortece e morre naquele abraço.

O olhar sai de mim e viaja pelas copas das árvores até lá ao fundo.


Ao jardim da Cordoaria onde o verde mais escuro de um velho e majestoso cedro me chama e o ouro dos céus se derrama em cascata.
(Nota bene: a imagem das esculturas foi tirada por mim há tempos. no Jardim da Cordoaria, claro. Neste dia não levei a máquina pelo que a gaivota e o cedro foram retirados da net).

segunda-feira, setembro 03, 2007

Amuleto da sorte

Inseridas na nossa cultura encontramos superstições várias.
As superstições têm feito parte da vida do homem desde que este existe.
Assim o indicam os estudos feitos a partir da arqueologia, antropologia e outras ciências que são capazes de descodificar a história e a evolução do homem a partir de dados não escritos.
Mais fácil se tornou esta descoberta e compreensão quando a humanidade entrou na fase da escrita, pictográfica e todas as outras.

Pode-se afirmar que a superstição acompanha o homem no seu percurso evolutivo, em todas as culturas e até civilizaões.

Superstições e amuletos,!

Duas faces do mesmo domínio que radica na certeza que o homem tem da sua fragilidade perante a VIDA, a NATUREZA e suas forças.

Desde crianças, creio, que todos corremos pelos campos em busca de “Trevos-de-quatro-folhas”.
O trevo comum é o de três folhas. Há vários espécies e pertencem à família das “Trifolium.....” .

Dos de quatro nunca encontrei nenhum nos campos. Encontrei-o sim, envasado, em casa de amigos.
Coisa que me surpreendeu pois pensava que não existiam e daí a simbologia de amuleto de boa sorte atribuída quando, por acaso nascia algum com as quatro folhas.
Engano. Na altura vi na enciclopédia e descobri que existe.

É uma espécie catalogada e cujo nome latino é “marsilea” (tive que ir de novo ver o nome).
Não perdeu por tal existência o encantamento e pelos campos continuo a espreitar a sorte de encontrar um trevo-de-quatro-folhas.

Afinal procurei nos locais errados.

Vim encontrar o meu desejado trevo-de-quatro-folhas, aqui- Na net.



Alma generosa, a Lusófona, ofertou-me um.
Hoje fiquei muito mais rico.


Pela generosidade e pela magia do trevo protector tão ansiado ao longo da vida.
Lusófona, já te disse o meu“obrigado”.

Sei que é pouco, mas não sei dizer melhor.

Para que a sorte se propague entrego um trevo-de-quatro-folhas a:





Queria distribuir por mais, pois se aqui os linkei é porque gosto de os visitar, ver e ler, mas optei por seleccionar TREZE.


Entre a sorte e o azar das superstições eis um número de que gosto e achei oportuno para esta passagem de um "amuleto"


Agora vocês farão como entenderem.


Redistribuem-no ou não, conforme melhor vos parecer.


Ah, esquecia. Agora também há "estes trevos-de-quatro-folhas":